A Eslováquia elege este sábado o novo governo, com a disputa pelo lugar de primeiro-ministro a ser entre a SMER-SSD (Direção-Social-Democracia Eslovaca) do ex-primeiro-ministro Robert Fico e o Progresivne Slovensko (Eslováquia Progressista, PS) do vice-presidente do Parlamento Europeu, Michal Simecka, revela a “Reuters”.
Robert Fico promete acabar com a ajuda militar à vizinha Ucrânia, enquanto Michal Simecka tem a intenção de manter o apoio à Ucrânia. As sondagens indicam que os dois partidos estão num empate técnico, mas com a expectativa de que o vencedor possa tentar formar um governo para substituir a administração interina que governa o país de 5,5 milhões de habitantes desde maio.
Um governo liderado por Robert Fico significaria que a Eslováquia se juntaria à Hungria como os países da União Europeia que desafiam o consenso do bloco sobre o apoio à Ucrânia, tal como a União Europeia procura manter a unidade na oposição à invasão da Rússia.
Já um governo sob as ordens Michal Simecka manteria o rumo da política externa, mantendo o forte apoio da Eslováquia à Ucrânia e colocando o país num campo pró-integração e liberal na UE em questões como políticas mais flexíveis e verdes e direitos LGBT.
Contudo, nenhum dos partidos deverá conseguir uma maioria absoluta, o que significa que o futuro governo provavelmente dependerá dos resultados de partidos menores, entre os quais alguns de extrema direita.
A Hlas (Voz) de esquerda moderada de Peter Pellegrini, ex-membro do SMER-SSD e primeiro-ministro em 2018-20, é colocada no terceiro lugar e assumiu esta semana que o seu partido estava mais perto de Robert Fico.
As opiniões pró-Rússia de Robert Fico seguem o clima da sociedade eslovaca, tradicionalmente relativamente favorável à Rússia, tendo prometido acabar com o fornecimento militar à Ucrânia e lutar por negociações de paz. Esta é uma linha próxima da do líder húngaro, Viktor Orban, mas rejeitada pela Ucrânia e pelos seus aliados, que afirmam que isto apenas iria servir para encorajar mais a Rússia.
Os analistas e diplomatas indicam que a Eslováquia, com o maior défice orçamental da zona euro, de quase 7% do produto interno bruto este ano, necessita urgentemente de fundos de modernização e recuperação da UE, algo que pode levar o novo governo a pensar duas vezes antes de entrar em conflito com Bruxelas sobre questões como o Estado de direito.
As assembleias de voto abriram às 7h00 (hora local) e a votação termina às 22h. As primeiras sondagens serão divulgadas após o encerramento das urnas e os resultados estarão disponíveis nas horas seguintes.
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