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“Não serei candidato ao Parlamento Europeu”. Fernando Medina recusa saída do Governo

O ministro das Finanças deixa esta quinta-feira uma certeza: em 2024 não sai para a Europa. Em entrevista à Antena1, Medina critica Luís Montenegro e as previsões do FMI, refirma a recusa às pretensões dos professores sobre o tempo de serviço e admite que as cativações se mantêm, mas não nas suas mãos.
12 Outubro 2023, 10h53

Fernando Medina nega que esteja de saída do Ministério das Finanças. Esta quinta-feira, em entrevista à Antena1, o ministro das Finanças, apontado como putativo candidato à sucesso de António Costa na liderança do PS, recusa especular sobre o seu futuro político, lembrando que está na pasta das Finanças há pouco tempo, mas deixa uma certeza: não vai a votos nas eleições europeias.

Na resposta à pergunta da jornalista Natália Carvalho, Medina é lapidar: “De certeza absoluta que não serei candidato ao parlamento europeu. Não tenho apetência”.

As próximas eleições para o Parlamento Europeu terão lugar em meados de 2024.

Na entrevista à Antena1, o ministro das Finanças reafirma que o Governo não vai descongelar o resto das carreiras dos professores e vai direto: “Não é uma birra”, afirma, respondendo com uma pergunta: “Devemos ceder à lei do mais forte só porque tem um sindicato com mais força e vocalidade!?”

Uma parte importante da entrevista é naturalmente dedicada a temas da esfera da sua tutela e à proposta do Orçamento do Estado para 2024 entregue esta terça-feira, 10 de outubro, no Parlamento. “Se a única apreciação que o líder da oposição faz ao Orçamento de Estado é de natureza estética, então, o PSD só pode abster-se ou votar a favor da proposta do governo”, diz Fernando Medina, respondendo à apreciação de Luís Montenegro sobre o documento. O líder do PSD descreveu o OE2024 como um documento “Pipi, bem apresentadinho, betinho”.

Sobre a Saúde, o ministro das Finanças admite que o reforço de 1.206 milhões de euros previsto na proposta do Orçamento de Estado para 2024 é “muito significativo”. Sem se comprometer com um final feliz nas negociações entre governo e médicos, revela que a orientação dentro do Governo está definida, mas remete a condução dessas negociações para o ministro das Saúde: “Para haver entendimento é preciso que haja vontade dos dois lados” – diz Medina, sem se comprometer sobre uma eventual redução do horário dos médicos para as 35 horas.

Afinal, contrariamente ao anunciado anteriormente, as cativações mantêm-se no Orçamento para 2024. Medina justifica-se na entrevista à Antena1, dizendo que quando anunciou o fim das cativações se estava a referir ao poder do ministro das Finanças. Confessa na entrevista que o instrumento das cativações se mantém, mas deixa de estar na dependência do ministro das Finanças, alegando que haverá uma melhoria dos serviços da administração publica se as cativações forem geridas diretamente pelos ministros sectoriais.

No dia 25 de julho em entrevista à RTP1, o ministro tinha dito: “O Orçamento [do Estado] para 2024 será o primeiro orçamento em muitos anos a não ter cativações. Isto é, os ministérios terão disponíveis as verbas que estarão orçamentadas e construídas com o realismo do que é a execução dos anos anteriores”.

O ministro das Finanças contesta as previsões de Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças de Pedro Passos Coelho, durante a intervenção da Troika e, desde 2014, responsável no FMI pelo “Fiscal Monitor”, o relatório mundial de previsões e recomendações de política orçamental. O FMI não prevê que Portugal registe excedentes orçamentais até 2028 e adia para 2025 a descida da dívida pública para menos de 100% do PIB.  “O FMI falha sempre e vai voltar a enganar-se em 2024”, afirma Medina.

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