A despesa da Câmara de Lisboa com a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ficou em 33,979 milhões de euros, “um milhão abaixo do previsto no orçamento global inicial” definido pelo presidente do município, anunciou hoje a autarquia.
Em comunicado, a autarquia liderada por Carlos Moedas (PSD) avançou que a despesa de 33,979 milhões de euros ficou abaixo dos 35 milhões de euros inicialmente previstos e que, no valor final apurado, a Câmara de Lisboa suportou “custos adicionais de 1,3 milhões de euros, decorrentes de pedidos suplementares apresentados ao longo do processo”.
Entre esses custos adicionais estão a locação “de écran, luz e som para o palco do Parque Tejo-Trancão”, do sistema de “RX, pórticos e detetores de metais para os grandes eventos” e de “tendas e cadeiras para o Parque Tejo-Trancão”, bem como “requisitos adicionais para estruturas de cadeias TV e sala de imprensa no Parque Tejo e no Parque Eduardo VII”.
Segundo a câmara, “o investimento ficou 4,4% abaixo da estimativa”, correspondente a um milhão de euros, redução conseguida pela “diminuição do valor de investimento no altar palco” e “gestão rigorosa dos contratos e das respetivas revisões de preços”.
“Do montante global de 34 milhões de euros, cerca de 23,9 milhões de euros são investimento que fica para o futuro da cidade”, lê-se na nota, nomeadamente o Parque Tejo, ponte ciclo-pedonal sobre o rio Trancão, equipamentos e frota para o Regimento Sapadores de Bombeiros, Polícia Municipal e Proteção Civil Municipal e obras no espaço público.
No Parque Tejo-Trancão a despesa de 16,35 milhões de euros repartiu-se pela reabilitação do aterro sanitário de Beirolas (8 milhões), conceção e construção do palco (parte fixa) e da cobertura (1,28 milhões), fundações do palco (1,2 milhões), infraestruturas do parque Tejo-Trancão (1,27 milhões), fiscalização (600 mil euros) e ponte ciclo-pedonal (4 milhões).
A autarquia assegurou que, “em todos os processos, e apesar de a lei expressamente o dispensar”, promoveu “consultas preliminares para identificar fornecedores e aferir valores de mercado”, devidamente “documentadas nos procedimentos realizados”.
A câmara especificou que, dos 236 procedimentos de contratação pública, 15,30 milhões de euros decorreram no âmbito do “regime geral-concurso público”, 14,40 milhões através do “regime da lei do Orçamento do Estado” e 2,2 milhões mediante “regime geral-outros”.
“A dispensa de fiscalização prévia do Tribunal de Contas não significou ausência de fiscalização por parte desse tribunal. A informação relativa a todos os procedimentos da JMJ foi enviada para o Tribunal de Contas no decorrer do processo, para efeitos de fiscalização concomitante”, refere-se na nota, avançando que “o relatório final da JMJ será apresentado na Assembleia Municipal de Lisboa proximamente”.
Na nota camarária assume-se que “o retorno económico da JMJ, para o país e para Lisboa, irá ainda ser aferido” e que “a responsabilidade desse estudo é do promotor do evento, a Fundação Jornada Mundial da Juventude”.
Em termos da perceção mundial de Lisboa, a câmara salientou que “os dados confirmam que durante o evento houve, nas redes sociais, mais de 234 mil menções por dia à JMJ e à cidade de Lisboa” e que, através dos ´media’, “a estimativa, conservadora, estima que a JMJ e Lisboa tenham sido vistas em mais de 500 milhões de lares em todo o mundo”.
“No que diz respeito ao Turismo, o mês de julho fechou com Lisboa a crescer 22,3% em número de hóspedes, 19,4% em número de dormidas e 35,0% em proveitos globais face ao período homólogo de 2022”, apontou a autarquia, acrescentando que “Lisboa foi o concelho que mais cresceu em dormidas acumuladas, perto de 20%”.
Entre as obras que ficam para a cidade, a nota camarária destacou ainda “obras no espaço público que se impunham e estavam adiadas há anos”, nomeadamente conservação das Colunas do Parque Eduardo VII e da estátua comemorativa do 25 de Abril do mestre João Cutileiro, passeio dos Heróis do Mar, no Parque das Nações, reparação das instalações sanitárias na cidade e investimento em bebedouros públicos em Lisboa, com a duplicação de pontos de água potável na cidade.
Salientando que “Lisboa deu o exemplo e foi exemplar”, pois como o Papa Francisco referiu “esta foi a Jornada mais bem organizada”, a câmara agradeceu aos trabalhadores e empresas municipais “envolvidos nesta épica organização e aos munícipes”.
A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa e este ano realizou-se em Lisboa na primeira semana de agosto, com a presença de cerca de 1,5 milhões de pessoas.
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