Amir era um extremista de direita que não aguentou a humilhação do acordo. Muitos israelitas, entre eles o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, lutaram de várias formas contra o acordo que, 30 anos depois, não existe em lado nenhum. Nessa noite, uma parte do mundo percebeu que eram os palestinianos quem estava do lado certo da História.
A investida do Hamas sobre civis israelitas (ou outros, não fazia diferença) – homens, mulheres e crianças – colocou o grupo no lado errado do lado certo da História. Ninguém sabe com exatidão como funcionou a preparação do ataque, mas os mais avisados encontram ali o rasto de Mohammed Deif, líder militar do Hamas. Mas também de Ismail Hannyeh, líder do grupo. A maioria dos jornais mundiais aponta para Hannyeh como o autor da ordem de ataque, mas alguns ressalvam que Deif não podia deixar de estar por trás do sucedido. Resta talvez atribuir-lhes a co-autoria de um massacre que segue para os anais da História como o mais mortífero (apesar das várias guerras israelo-árabes) para Israel em apenas um dia – como também irá para os livros de História o novo Médio Oriente que, mesmo não sabendo ninguém qual é, irá resultar do que sucedeu no sábado. Mas terá de facto sido Mohammed Deif a perpetrar a carnificina – transmitida em tempo real pelos telemóveis – e a calar por vergonha uma parte substancial dos que sabiam que a Palestina é o lado certo da História e que Israel e a vagabunda diplomacia britânica da última metade do século XIX e da primeira do século XX são o lado errado.
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