É um país estranho pela sua formação, mas ao mesmo tempo é uma história bem sucedida do regresso à ‘terra-mãe’ que não resultou num massacre entre vizinhos: tal como sucedeu de alguma forma com os judeus que se refugiaram na Palestina, a American Colonization Society, fundada em 1816, tinha como objetivo levar de regresso para África antigos escravos negros libertos e negros nascidos livres nos EUA. Houve, evidentemente, conflitos de vizinhança e brancos que tentaram a sorte do colonizador, mas a verdade é que o país, que tomou o nome de Libéria, declarou independência em 1847 e lá continua, umas centenas de quilómetros abaixo da Guiné-Bissau e duas sangrentas guerras civis depois.
Salvo melhor conhecimento, o seu mais ilustre cidadão dá pelo nome de George Weah. Foi destacado jogador de futebol – pelas equipas do Paris Saint-Germain, Milan, Chelsea e Manchester City, entre outras menos sonoras – e a sua ilustração era de tal ordem que, acabada a carreira e regressado ao país, convenceu os seus concidadãos que teria ainda as condições físicas necessárias e suficientes, não para jogar pela seleção do seu país, mas para ser o seu presidente. E assim foi, não sem antes ter averbado algumas derrotas. Concorreu pela primeira vez às presidenciais em 2005, sendo derrotado por Ellen Johnson Sirleaf, mas não desistiu nem aceitou ficar como suplente: em 2014 foi eleito senador e nas eleições de 2017, foi finalmente eleito presidente da Libéria, depois de derrotar o então vice-presidente Joseph Boakai.
Weah tinha ‘muito mundo’ e o facto de ser uma personalidade conhecida emprestou-lhe uma aura de salvação que o ex-futebolista usou não apenas para ser eleito, mas também para fazer acreditar os ‘libertos’ de que estava chegada a hora de o país passar a ser ‘qualquer coisa’ de mais marcante na costa ocidental de África, e, quem sabe, mais além. Esta semana, regressou ao banco dos suplentes, de onde ninguém acredita que volte a sair: na tentativa de chegar a um segundo mandato, foi derrotado (na segunda volta) pelo ‘suspeito’ do costume: Joseph Boakai.
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