O líder eleito do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, assumiu este domingo o “compromisso inabalável” de trabalhar para haver uma mudança política na governação da região, assegurando que, depois das internas de sábado, o partido está “forte e coeso”.
Sinto, neste momento em que fui eleito presidente do partido, o dever e a responsabilidade de liderar a mudança na Madeira”, afirmou Cafôfo na sua primeira declaração pública na qualidade de presidente do PS madeirense, na sede do partido, no Funchal, numa sala repleta de militantes.
Sábado, o novo líder dos socialistas insulares reuniu 1.450 votos (98,65%) nas eleições internas, substituindo Sérgio Gonçalves no cargo, naquela que o partido considerou ser “a maior votação de sempre”.
Paulo Cafôfo, que foi presidente da Câmara do Funchal e conseguiu derrotar a maioria absoluta que o PSD sempre tinha detido no principal município da Madeira, regressa assim pela segunda vez, à liderança do PS regional, tendo sido eleito em 25 de julho de 2020.
Mas, após as eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021, renunciou aos cargos de presidente do partido e de deputado na Assembleia Legislativa na Madeira, devido aos maus resultados obtidos. Foi substituído por Sérgio Gonçalves que, depois do partido ter visto reduzido o seu grupo parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira de 19 para 11 deputados também anunciou que não se recandidataria à liderança.
Cafôfo integra o atual Governo da República, liderado por António Costa, agora demissionário, desempenhando o cargo de secretário de Estado das Comunidades.
“Há uma maioria social que quer uma mudança social e compete ao PS/Madeira dar a resposta necessária para que essa maioria social se transforme em mudança social e as pessoas possam ter uma vida muito mais digna, a vida que merecem”, disse hoje aos militantes.
Paulo Cafôfo salientou que conta com o apoio de “um partido forte e coeso que quer construir um tempo novo, de esperança e de oportunidades, onde as prioridades da governação estejam alinhadas com os sonhos e com os projetos das pessoas e das famílias”.
Preconizando a abertura do partido à sociedade civil, apelou ao “contributo de todos os que não se identificam com as políticas deste executivo [da Madeira], com quase 50 anos, e que veem no PS uma frente coesa, uma frente comum, para, com a energia necessária, uma energia catalisadora, poder mudar a Região”.
Cafôfo garantiu uma “liderança determinada, entusiástica e com muita força para poder enfrentar os desafios pela frente”, apontando que, nas últimas eleições legislativas regionais (2019 e 2023), ficou demonstrado que “na Madeira, a maioria da população já não vota no PPD”, obrigando os sociais-democratas a coligação com o CDS-PP e a um acordo parlamentar com o PAN.
O elevado índice de pobreza e desigualdade são duas das suas preocupações. “Se não mudarmos de Governo, nada mudará. Os sacrificados de sempre serão os prejudicados de sempre, os privilegiados de sempre serão os beneficiados de sempre, e sempre não rima com futuro. É por isso que o PS é a esperança de uma outra região”, opinou.
Também enfatizou que pretende colocar as pessoas no centro das prioridades, implementando um programa de reformas estruturais para combater o problema da falta de habitação, aumentar os rendimentos dos madeirenses, melhorar o acesso à saúde e criar empregos qualificados e melhor remunerados.
Questionado sobre os próximos atos eleitorais (Legislativas Nacionais e as Europeias), realçou estar preparado para “apresentar projetos e pessoas que possam não só dignificar o partido, mas representar bem a Região”.
Paulo Cafôfo, apoiante da candidatura de José Luís Carneiro à liderança do PS, é responsável pela moção de estratégia global intitulada ‘Pelas Pessoas, a Nossa Causa’, que conta com mais de mil subscritores, e será votada no congresso regional desta estrutura regional socialista agendada para 14 de janeiro.
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