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Banco de Inglaterra volta a deixar juros sem mexidas em dezembro

A inflação desceu de forma assinalável em outubro, mas o crescimento surpreendeu pela negativa, caindo 0,3% e revertendo os ganhos dos dois meses anteriores. Os juros diretores mantêm-se assim inalterados pelo terceiro mês seguido em 5,25%.
Alessia Pierdomenico/Reuters
14 Dezembro 2023, 12h00

O Banco de Inglaterra (BoE) optou novamente por deixar os juros inalterados em dezembro, uma decisão largamente esperada pelos mercados dada a evolução favorável da inflação e a fragilidade mostrada do lado do crescimento. Esta foi a terceira reunião consecutiva sem mexidas nas taxas de referência, que ficam assim em máximos de 15 anos.

Os juros diretores para a economia britânica mantêm-se em 5,25% depois do anúncio, fruto de uma votação 6-3 entre os responsáveis, com seis a optarem por não mexer no indicador e três a pedirem nova subida. Este cenário é em tudo semelhante ao das duas anteriores reuniões, quando o voto ficou dividido da mesma forma.

A palavra de ordem, como nos bancos centrais europeu e norte-americano, é de cautela. A inflação tem dado sinais de recuo, sobretudo na leitura mais recente, quando baixou de 6,7% para 4,6%, superando mesmo as projeções do mercado de 4,8%. Este foi o valor mais baixo desde outubro de 2021. Do lado da inflação subjacente, o indicador também tocou mínimos de março de 2022, com 5,7%.

Por outro lado, o crescimento trouxe surpresas negativas na mais recente leitura. Em outubro, o PIB recuou inesperadamente 0,3%, revertendo os ganhos dos dois meses anteriores e falhando as expectativas do mercado de uma leitura sem variação. Já no terceiro trimestre a economia britânica havia estagnado, um resultado ainda assim melhor do que a contração de 0,1% esperada.

Tal como acontece na zona euro ou nos EUA, os investidores começam a perspetivar cortes de juros, dada a queda da inflação e, sobretudo na moeda única e no Reino Unido, a fragilidade mostrada do lado do crescimento. O mercado tem estimado quatro cortes de taxas no próximo ano arrancando tão cedo como maio, nas projeções mais dovish.

Talvez para combater estas expectativas, a nota do BoE desta quinta-feira refere a necessidade de manter as taxas em níveis elevados e “restritivos por um período prolongado”, afastando cortes. Pelo contrário, caso a inflação volte a pressionar, o banco central diz-se pronto para agir.

[notícia atualizada às 12h13]

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