A economia portuguesa, que estava em 37º lugar na tabela das economias mundiais do Centre for Economics and Business Research (CEBR) do Reino Unido, vai chegar a 2038 na 53ª posição, fora do Top-50.
Segundo o trabalho do CEBR, “nos quatro anos que antecederam 2020, Portugal tornou-se menos competitivo em termos do seu ambiente regulatório, com o país a cair para a 39ª posição no Ease of Doing Business Index 2020 do Banco Mundial. Em 2016, o ranking do país era 27º”.
De acordo com o relatório, Portugal – que surge classificado como um “país de rendimentos altos” – tem um PIB per capita ajustado à paridade de poder de compra de 45.227 dólares em 2023. “O país assistiu a uma desaceleração do seu crescimento, de 6,7 % em 2022, para 2,1% em 2023”.
Por outro lado, a inflação “aqueceu” – nas palavras do CEBR – para um valor estimado de 5,3% este ano. “Por isso mesmo, a economia enfrenta um trade-off estagflacionário entre o crescimento e a subida dos preços. O crescimento estimado dos preços no consumidor ao longo de 2023 excedeu a taxa média de inflação nos dez anos até 2021, que foi de 0,8%”.
Também em 2023, analisa o CEBR, a taxa de desemprego deverá subir 0,5 pontos percentuais para o “ainda baixo nível dos 6,6%”. “O aperto no mercado de trabalho não foi suficiente, no entanto, para impulsionar um crescimento económico mais robusto em 2023”.
As boas notícias têm a ver com a dívida pública. “A dívida pública em percentagem do PIB caiu para um valor estimado de 108,3% em 2023, comparado com os 113,9% em 2022. Isto reflete as tentativas bem sucedidas por parte do governo [português] de atacar o problema de dívida causado pela pandemia”, indica o trabalho do think thank britânico.
O Governo também deverá ter administrado de forma firme as contas ao longo do último ano, sublinha o CEBR. “De facto, o défice deverá ter ficado num mero 0,2% do PIB. Isto apesar dos desafios económicos e financeiros gerados pela pandemia e pelas crescentes pressões globais sobre o custo de vida”. E conclui: “apesar de que a consolidação fiscal será necessária no futuro, as circunstâncias desafiantes requerem mais gastos por parte do governo do que aqueles que seriam aconselháveis no curto prazo”.
No entanto, apesar deste quadro, o forecast do CEBR não é brilhante para Portugal. “Estimamos que a taxa de crescimento anual do PIB abrande para uma média de 1,8% entre 2024 e 2028. Ao longo dos nove anos subsequentes, o forecast do CEBR é de que a economia vai crescer até 1,9% em média a cada ano. Nos próximos 15 anos, espera-se que Portugal gradualmente deslize para baixo na tabela da World Economic League, da 49ª posição em 2023 para a 53ª posição em 2038”.
A economia britânica vai aproximar-se da alemã e aumentar a sua vantagem em relação a França, devendo apresentar o melhor desempenho nos próximos 15 anos entre as grandes economias europeias.
As perspetivas são do think tank britânico Centre for Economics and Business Research (CEBR), que divulgou recentemente novas previsões a longo prazo. Segundo o CEBR, o PIB do Reino Unido deverá crescer entre 1,6% e 1,8% até 2038, números que contribuem para a consolidação do sexto lugar entre as maiores economia do mundo.
A China deverá ser a primeira potência mundial em 2038, prevê o think tank, seguida dos EUA e Índia.
O World Economic League Table, que analisa a evolução do PIB das diferentes economias mundiais a curto, médio e longo prazo, coloca o Japão em quarto lugar, a Alemanha em quinto e o Reino Unido em sexto. No ano em análise, o último da projeção do CEBR, França cai um lugar para sétimo, seguindo-se o Brasil, Coreia do Sul, Canadá, Indonésia, Itália, Austrália, Rússia, México e Espanha, economias seguidas cada vez mais de perto pela Turquia.
De acordo com estas previsões, a economia indonésia ultrapassará, assim, a espanhola, que irá passar para o 16.º lugar da tabela do CEBR. A economia espanhola ficará, assim, de fora do grupo das quinze maiores do mundo.
Em termos populacionais, as estimativas da ONU indicam que a população da Indonésia continuará a aumentar para mais de 320 milhões de pessoas em 2050, recorda o “El Economista”. Para a Turquia, as projeções apontam para um crescimento para mais de 95 milhões em 2050. No caso de Espanha, verificar-se-á o contrário. Segundo a ONU, a população espanhola começará a diminuir em breve, caindo para menos de 40 milhões de habitantes a partir de 2075.
“O número isolado é algo anedótico, mas se o analisarmos em profundidade (olhando para trás), podemos ver o drama que a economia espanhola tem vivido desde o início da crise financeira em 2007. Mais de duas décadas de perdas em que os recursos foram concentrados em sectores pouco produtivos, não transacionáveis/exportáveis (durante os anos da bolha, foram afetados grandes recursos à construção de habitações) e que não foram utilizados para implementar uma mudança no modelo de crescimento real”, refere o “El Economista” num artigo a propósito da divulgação da lista, destacando que “o lado positivo é que a economia espanhola é agora um pouco mais competitiva e está a conseguir crescer sem gerar desequilíbrios”.
O intervalo 2004-2007 foi um dos períodos de ouro para Espanha, que chegou a ser a oitava maior economia do mundo. Contudo, nas últimas duas décadas o crescimento de Espanha foi praticamente inexistente, recorda a publicação espanhola, aludindo à crise financeira, da dívida soberana e da recessão espoletada pela Covid-19.
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