Estão as empresas portuguesas conscientes da necessidade de proteger as empresas e os negócios em termos de risco global, caso do cyber risk, do risco de mercado e cotações, do risco de intempéries e sinistros catastróficos ou até do risco de ausência de mão-de-obra devido ao envelhecimento da população?
Esta é uma área onde devemos segmentar as empresas pela sua dimensão e também pelo seu nível de complexidade. De facto, constata-se que as empresas de maior dimensão e/ou com maior desenvolvimento tecnológico são as mais sensíveis a estas matérias. Por conseguinte, também acabam por possuir estruturas, que não se verificam numa boa parte das PME.
A(o) seguradora/broker está apta(o) a responder às necessidades das empresas em termos de risk management? Quais os produtos que pode oferecer?
A Generali, através da sua estrutura de Risk Prevention, mais do que produtos, oferece um serviço distintivo aos seus clientes, que vai desde a identificação dos riscos até à apresentação de recomendações e acompanhamento da implementação das mesmas, bem como à consultadoria no desenvolvimento de novos projetos ou alterações às condições existentes, e ao desenho, implementação e acompanhamento de programas de prevenção.
Quais as áreas e atividade/negócio onde existe maior recetividade a nível de gestão de risco?
Já existem várias áreas de atividade onde o nível de gestão de risco é elevado. Destacaria a energia, a indústria automóvel, a distribuição e a logística.
Os gestores têm suficiente literacia para perceber a necessidade imediata de cobertura em termos de enterprise risk management?
Como referi, não podemos dissociar a dimensão das empresas e o nível de complexidade do seu negócio da abordagem à gestão de risco. Gostaríamos de encontrar mais empresas onde a existência de um Plano de Continuidade de Negócio fosse uma realidade, pois trata-se de uma matéria que envolve equipas multidisciplinares, onde se procede a um exercício contínuo de gestão de risco, exigente mas compensador. Esta é uma forma de garantir a resiliência do negócio, numa época em que as empresas não podem estar fora do seu mercado, sob pena dos seus concorrentes absorverem rapidamente a sua quota.
O que explica a ainda fraca penetração deste tipo de seguros no mercado nacional?
Julgamos ser uma questão de cultura local. Em muitas empresas não há o hábito de investir em prevenção, por exemplo em meios tão básicos como a implementação de uns simples detetores de incêndio ou de uma brigada de emergência treinada para combater o início de incêndio.
No que respeita ao cyber insurance, é um assunto que tem vindo a ganhar acuidade pela sua mediatização, em consequência dos ataques que várias empresas têm sofrido por parte de hackers. Este tipo de ataques, a par da nova regulamentação de proteção de dados e suas implicações, representam novos e emergentes riscos.
Assim, para além da solução tradicional que é o seguro, o Grupo Generali acaba de lançar uma nova plataforma tecnológica, com o nome de “Majorana”. Esta plataforma usa metodologias inovadoras para gerir o risco, permitindo a implementação gradual da oferta de cyber insurance. A “Majorana” recolhe e analisa a informação do potencial cliente, começando pela análise sua estrutura web. Busca fugas de informação na dark web que tenham afetado o potencial cliente, e, finalmente, revê as eventuais vulnerabilidades no sistema de Tecnologias de Informação.
A sua empresa está em condições para montar e gerir uma cativa para um cliente final? Que tipo de cliente pode vir a deter uma cativa?
Não é função de uma seguradora como a Generali montar e gerir uma cativa. É a empresa segurada que, devido à sua grande dimensão, resolve suportar parcialmente ou totalmente os seus riscos através de seguradora constituída para esse fim e que por isso se denomina “cativa”.
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