O fim-de-semana político foi dominado pela Convenção do Chega e pelas propostas de André Ventura para as eleições legislativas antecipadas. Pelos cálculos do site do “Expresso”, feitos este fim-de-semana, essas propostas iriam custar 11,5 mil milhões de euros, o equivalente a 4,4% da riqueza produzida no país.
Durante esta Convenção, o presidente reeleito do Chega respondeu aos críticos e assumiu ser radical mas contra o despesismo do Estado. André Ventura e alguns dos deputados do grupo parlamentar que o acompanham na Assembleia da República deixaram algumas das propostas que vão fazer parte das propostas económicas do partido.
Uma das propostas mais emblemáticas apresentadas este fim-de-semana passa pela equiparação das pensões mais baixas ao salário mínimo nacional, com uma transição inicial para o Indexante dos Apoios Sociais (509 euros) cujo custo, adiantou André Ventura, deve ser de 1,6 mil milhões de euros.
O presidente do Chega prometeu este domingo que, em quatro anos, vai recuperar o tempo de serviço dos professores que foi congelado no passado, considerando que o partido tem que “ser essa voz” porque o PS e PSD deixaram de o ser.
No discurso de encerramento da 6.ª Convenção Nacional do Chega, que decorre hoje em Viana do Castelo, André Ventura levou uma nova promessa caso assuma responsabilidades governativas e dirigiu-se diretamente aos professores, que considerou serem o “futuro das crianças e jovens”, trabalhem nas escolas públicas ou nas escolas privadas.
“O compromisso – este é claro e vale ouro ao contrário de Pedro Nuno Santos – em quatro anos o Chega recuperará o tempo de serviço dos professores”, comprometeu-se.
O líder do Chega disse saber “o que é estar do lado certo e do lado errado”, considerando que o partido tem que “ser essa voz” na defesa dos professores “porque PS e PSD deixaram de ser”.
O Governo inscreveu no Orçamento de Estado 426 milhões de euros para promover a igualdade de género, mas “apenas 9,2%” do total corresponde a este objetivo, ao contrário do que André Ventura deixou entender na convenção do partido.
A questão dos apoios à igualdade de género foi levantada pelo líder do Chega, André Ventura, na 6.ª Convenção Nacional do partido, que decorre até domingo em Viana do Castelo.
Ventura insurgiu-se contra os subsídios do estado às associações que promovem “ideologias de género e a igualdade de género”, afirmando estar em causa cerca de 400 milhões.
“Eu garanto-vos uma coisa, aquele dinheiro todo que damos para as ideologias de género e para promover a igualdade de género […], vou pegar nesses milhões todos e vou dizer às associações: ‘esqueçam, não vão receber um tostão'”, declarou, admitindo que as suas afirmações podem ser consideradas polémicas.
No orçamento em vigor, o Governo identifica “564 medidas” que “de forma direta e indireta contribuem para a concretização dos objetivos da promoção da igualdade de género” a que corresponde uma dotação de “426,27 milhões de euros”.
Estas medidas foram identificadas após um questionário enviado a “150 entidades”. No entanto, “para 39% das medidas identificadas pelas entidades, que correspondem a 81% da dotação orçamental”, “a igualdade é um objetivo importante, mas não é a razão principal”, refere o executivo na proposta.
As medidas em causa destinam-se à concretização de “quatro desafios estratégicos”, como “combater as alterações climáticas; responder ao desafio demográfico; construir a sociedade digital e reduzir as desigualdades”.
O ponto destinado a “reduzir as desigualdades” assenta em “apenas 9,2% da dotação orçamental global”, ou seja, em menos de 40 dos mais de 400 milhões indicados pelo líder do Chega.
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