Olhando para os últimos três anos, é notório que não tem havido uma tendência específica no mercado dos metais preciosos, embora o preço do ouro em si se tenha mantido bastante elevado. A euforia associada ao paládio desvaneceu-se e, apesar das grandes esperanças associadas à platina, o preço deste metal permanece claramente abaixo dos mil dólares por onça. “No entanto, os investidores estão a perguntar-se porque é que a prata está a ser negociada apenas a meio caminho dos seus máximos históricos, com o ouro a registar permanentemente acima de 2.000 dólares. É provável que a prata alcance o ouro e atinja também os máximos históricos?”, questiona a corretora XTB.
Atualmente é preciso pagar cerca de 90 onças de prata por uma onça de ouro. Historicamente, o rácio entre a prata e o ouro é ligeiramente superior a 50, e nos últimos 10 anos tem sido de cerca de 80. “Isto significa que, mantendo o rácio da média dos últimos 10 anos e com o preço do ouro a 2.000 dólares, a prata deveria custar exatamente 25 dólares, o que é um pouco mais do que custa agora”. Se o rácio do preço histórico fosse mantido, então a prata deveria custar cerca de 37 dólares. Isto é ainda inferior aos máximos históricos da prata de cerca de 50 dólares, mas cerca de 60% superior ao preço atual”, refere a XTB.
Entre 2010 e 2020, assistiu-se a um excesso de oferta no mercado da prata. A partir de 2021, o mercado da prata entrou num défice considerável, devido em grande parte a um aumento na procura industrial. Cerca de 50% de toda a procura global de prata vem da indústria.
A oferta do mercado da prata tem-se mantido mais ou menos constante nos últimos anos, com um pouco mais de um milhão de onças. É também de salientar, diz a XTB, que tendo em conta os fatores económicos incertos (que também afetam a própria procura), não “se deve esperar um grande aumento na produção de prata”.
Para 2023, esperava-se que as reservas aumentassem de 550 mil toneladas para 720 mil toneladas. Aos níveis atuais de extração, existe prata suficiente para cerca de 27 anos. Dois países são os principais responsáveis pelo aumento destas reservas: a Rússia, cujas reservas em terra quase duplicaram para 92 mil toneladas, e a Polónia, cujas reservas aumentaram para 170 mil toneladas. A Polónia passou assim a ocupar a primeira posição em termos de posse da maior quantidade de prata do mundo, ultrapassando o Peru.
Em 2020, um súbito afluxo de capital dos bancos centrais e dos governos levou a uma procura de oportunidades de investimento em quase todos os mercados. Observou-se então um aumento forte de dinheiro em ETFs de prata. No entanto, diz a XTB, desde 2020, os investidores têm vindo a retirar o seu dinheiro dos fundos. Além disso, o próprio JP Morgan reduziu significativamente a quantidade de prata que detém, embora tenha havido especulações durante muitos anos de que este banco estava a acumular grandes quantidades de prata para uma crise. Parece também que o mercado está agora a direcionar os seus fundos para outros ativos, como as criptomoedas.
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