O último debate das eleições legislativas antecipadas, na RTP, com todos os partidos com assento parlamentar, abriu com os candidatos a esclarecerem as suas posições sobre a política de alianças. Depois deste tema de ter marcado o duelo entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro e a última semana de pré-campanha, o líder do Partido Socialista reafirmou que viabilizará um governo da AD se perder as eleições e não houver uma maioria de esquerda.
E passou ao ataque contra a coligação de direita. “Luís Montenegro foi tudo menos claro. Tem o dever de explicar de forma clara e transparente”, disse o líder do PS, num debate na NOVA-SBE, em Carcavelos.
Luís Montenegro voltou a garantir que só será primeiro-ministro se vencer as eleições, mas optou por não esclarecer o que fará se o PS vencer as eleições sem uma maioria de esquerda. “Não vou perder mais tempo com cenários políticos. Estou interessado em dar resposta às pessoas”, disse o líder do PSD, acrescentando que está “focado” em oferecer soluções na saúde, habitação e educação.
Já André Ventura, convicto de que não haverá uma maioria de direita sem o Chega, alinhou na tese de que os partidos devem ser “claros” sobre a política de alianças. “Como é que podemos ter um líder [Luís Montenegro] que quer ser primeiro-ministro, mas não é capaz de dizer que convergirá à direita para afastar o Partido Socialista. Isto é incompreensível para as pessoas”, disse o líder do Chega, desafiando Luís Montenegro a esclarecer se “dará a mão a quem tem destruído o país”.
Rui Rocha, que já se disponibilizou para uma aliança pós-eleitoral com a AD, garantiu que a Iniciativa Liberal “não viabilizará um governo minoritário do PS”.
Criticando as contradições do PS e do Chega sobre a política de alianças, o presidente da IL realçou que Luís Montenegro “não foi ainda capaz de verbalizar a sua posição relativamente a determinados cenários”. Há “uma solução e passa pela IL e pelo PSD”, acrescentou o presidente dos liberais.
À esquerda, Mariana Mortágua defendeu que “a única solução de estabilidade” é uma maioria à esquerda. “O país já viu isto acontecer e foi a governação mais estável que o país já viu”, disse a coordenadora do BE, numa referência à geringonça, entre 2015 e 2019.
E Paulo Raimundo garantiu que o PCP estará, na primeira linha, para impedir o regresso da direita, mas “também não vai permitir que as respostas às pessoas sejam a experiência destes últimos dois anos de maioria absoluta que ficou muito aquém das necessidades”.
Inês Sousa Real também considerou que a maioria absoluta foi “uma oportunidade desperdiçada” e Rui Tavares, do Livre, garantiu que se houver uma maioria de esquerda será “parte da solução”.
O debate ficou marcado, logo no início, pelos protestos de um ativista que invadiu o estúdio. A organização Climáximo esclareceu, mais tarde, em comunicado, que a ação visou “travar a crise climática”.
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