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Economia de Moçambique vai abrandar para 4,5% este ano, antevê Oxford Economics

“Antevemos que uma produção mais lenta de gás natural este ano, de 2,5%, vá contribuir para o abrandamento do crescimento económico para 4,5% este ano”, escrevem os analistas da Oxford Economics, num comentário à expansão económica de 5% no ano passado.
25 Fevereiro 2024, 13h28

A consultora Oxford Economics considerou hoje que, depois do crescimento de 5% em Moçambique, a economia vai abrandar para 4,5% este ano, apesar do aumento previsto de 2,5% da produção de gás natural.

“Antevemos que uma produção mais lenta de gás natural este ano, de 2,5%, vá contribuir para o abrandamento do crescimento económico para 4,5% este ano”, escrevem os analistas da Oxford Economics, num comentário à expansão económica de 5% no ano passado.

“Apesar da adversidade de terem tido de enfrentar o ciclone Fredy, o mais prolongado ciclone alguma vez registado, e a violência em curso em Cabo Delgado, a economia conseguiu avançar em 2023 graças ao aumento da produção de gás natural liquefeito ao largo da costa”, aponta-se no departamento africano desta consultora britânica.

Num comentário enviado aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics considera que a petrolífera TotalEnergies vai voltar a Cabo Delgado ainda este semestre, mas alerta que a proximidade das eleições poderá fazer aumentar os ataques e “lançar uma nuvem sobre as eleições” previstas para o final do ano.

O presidente moçambicano disse na quarta-feira que a TotalEnergies já devia ter retomado as operações em Cabo Delgado, classificando o apelo da França para que cidadãos daquele país não viagem para alguns pontos da província como “decisão diplomática”.

“Para mim [a retoma do projeto] devia ter sido ontem ou no mês passado”, declarou Filipe Nyusi, questionado por jornalistas sobre a situação de segurança de Cabo Delgado face a novas incursões rebeldes, momentos após orientar uma reunião do Governo em Pemba, capital provincial.

A Embaixada de França em Moçambique está a apelar aos cidadãos franceses para não viajarem para as cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, em Cabo Delgado (norte), devido à “ameaça terrorista”.

“Devido à presença de uma ameaça terrorista e de rapto nas cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, é fortemente recomendado não viajar para estas cidades, bem como viajar nas estradas que ligam estas localidades”, lê-se numa mensagem aos viajantes publicada há uma semana pela Embaixada de França em Maputo.

“Quem falou não foi o dono do projeto, foi um diplomata, pelo que ouvi”, limitou-se a declarar o chefe de Estado moçambicano na quarta-feira.

De acordo com o Banco de Moçambique, o crescimento de 5,36% no último trimestre do ano passado compara com os 5,92% no trimestre anterior, que se seguiu aos aumentos de 4,67% no período de abril a junho e de 4,17% de janeiro a março, o que se traduz num crescimento económico médio em 2023 pouco acima de 5% do PIB.

A ligeira redução de 0,56 pontos percentuais face ao trimestre anterior resulta essencialmente do “crescimento menos acentuado da indústria extrativa” e pelo “desempenho negativo da indústria transformadora”, explicou o banco central em meados de fevereiro, citando o INE.

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