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Tem uma empresa? Saiba como ter uma frota mais eficiente

É claro para todos que o transporte ferroviário, quando possível, é o mais eficiente, pelo menos do ponto de vista ambiental. Mas os transportes são um setor em crescente mudança, pelo que vale a pena estar atento às novidades.
Jose Manuel Ribeiro/Reuters
26 Novembro 2018, 07h10

A eficiência de uma frota depende sempre do tipo de necessidade das empresas, mas há regras podem ser observadas como passiveis de consolidar boas práticas. Para as empresas que necessitam de frotas citadinas, a escolha tem a ver com os volumes que é necessário transportar. Se a sua dimensão for suficientemente pequena, o uso de motos (ou até mesmo de bicicletas) pode ser o mais indicado – como é o exemplo mais recente da Uber Eats e das empresas semelhantes.

Mas há empresas que não podem prescindir dos carros – que são do ponto de vista ambiental a pior escolha, a não ser se o recurso for à mobilidade elétrica.

O transporte entre cidades é um dos principais responsáveis pelo aumento das emissões de poluentes atmosféricos e produção de ruído. O sector dos transportes constitui um dos sectores com maiores consumos energéticos e com forte dependência de recursos energéticos não renováveis. O consumo energético do sector dos transportes em Portugal representa cerca de 36% do consumo de energia final do país.

Enquanto o transporte elétrico não entra nos hábitos dos utilizadores – e isso possivelmente ainda vai demorar uns anos, apesar de todas as manifestações contrárias ao uso de veículos com motores de explosão – o modo de transporte mais poluente (em termos absolutos) continuará a ser o rodoviário, seguindo‐se o modo aéreo, o marítimo/fluvial e, por último, o ferroviário. Em Portugal o modo rodoviário é responsável por mais de 23,5% do total das emissões de gases com efeito de estufa (GEE).

Como tudo, os meios de transporte são também uma questão política. Neste quadro, importa perceber-se se, em termos de transporte, as autoridades reguladoras pretendem dar prioridade à ferrovia, ao transporte aéreo ou ao marítimo. Uma escolha importante quando o que está em causa são os transportes internacionais. Mais uma vez, a melhor opção em termos ambientais é a ferrovia (quando isso é possível) – e já há vários exemplos de empresas nacionais do setor da logística que têm boas opções (nomeadamente do ponto de vista económico) para fazerem chegar mercadorias a qualquer parte da Europa. Mas o fator tempo – entre outros, como se viu por estes dias em França – pode ser a diferença que exige uma escolha diferente da opção ‘ambientalista’.

De qualquer modo, há que ter em atenção que o setor está em crescente mudança: lenta mas progressivamente, a integração de princípios de sustentabilidade no desenvolvimento urbano mas também no longo curso, deve obrigar as empresas a ponderar diversas opções – não introduzindo na equação apenas o fato custo, mas acrescentando precisamente fatores como as opções políticas para o futuro próximo, as novidades em termos de mobilidade e mesmo itens que podem ser quase disruptivos (como por exemplo as frotas partilhadas).~

Enquanto esse ‘novo mundo’ não chega, vale a pena ter em atenção o Sistema de Etiquetagem Energética de Frotas (SEEF), um sistema voluntário de certificação que permite a qualquer organização que usufrui de uma frota de veículos rodoviários (para já, à exceção de frotas de veículos pesados de mercadorias) determinar o seu nível de desempenho energético em termos operacionais.

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