Se a transição enquadra a mudança, importa saber qual o impacto que vai provocar na arquitetura, seja através de renovações que contemplam as mais diversas funções, seja através da valorização do hibridismo espacial.
Eis a reflexão a que se propõe o Open House Lisboa 2024, pelo que será expectável que o programa de visitas e passeios desta 13ª edição, que terá lugar no fim de semana de 11 e 12 de maio, procure ajudar-nos a compreender a complexidade das mudanças em curso na cidade.
O objetivo, como sempre, é levar o público a descobrir a constante impermanência da arquitetura, na qual se refletem os fenómenos sociológicos em curso e a capacidade de adaptação dos espaços. Desde habitações criadas de raiz para outro fim a edifícios e equipamentos públicos reabilitados para novas atividades; passando pela plasticidade funcional de conventos, mosteiros e palácios que, ao longo da sua existência, tiveram inúmeras utilizações, sendo adaptados às necessidades do tempo.
Para aguçar a curiosidade, destacamos nove espaços visitáveis durante o Open House.
O Santa Clara 1728. Um palacete do século XVIII reconvertido em casa de hóspedes pelo arquiteto Manuel Aires Mateus.
O monumental campus do LNEC — Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que ocupa uma área de 22 hectares, sendo classificado Monumento de Interesse Público.
O Centro Ismaili. Situado nas Laranjeiras, é um templo religioso de arquitetura imponente e jardins sumptuosos, da autoria de Frederico Valsassina Arquitectos e Raj Rewal Associates.
A Capela de Santo Amaro. Desenhada pelo autor do claustro do Convento de Cristo em Tomar, é uma obra renascentista classificada Monumento Nacional.
O Antigo Hotel Vitória. Atual sede do Partido Comunista Português, é um edifício da autoria do arquiteto Cassiano Branco que conjuga a solidez sóbria do Modernismo com o Art Deco.
O Palácio Sinel de Cordes. Foi casa, embaixada e escola, passando agora a sediar um polo cultural dedicado à arquitetura, uma livraria e uma cafetaria vegana, com um projeto de reabilitação do atelier FSSMGN Arquitetos.
O Teatro Thalia, transformado num espaço multiusos, é reconhecível pelo seu corpo massivo de concreto pigmentado de terracota da autoria de Gonçalo Byrne e Barbas Lopes Arquitectos.
E ainda duas novidades. A Galeria Avenida da Índia – Galerias Municipais, um amplo espaço de caráter industrial recuperado em 2015 pela EGEAC para acolher uma programação de artes visuais. E o ambicioso Plano de Drenagem de Lisboa, com uma visita à escavação do primeiro túnel que liga Monsanto-Santa Apolónia, preparando a cidade para os desafios das alterações climáticas.
Além disso, outro ponto alto do Open House regressa em 2024, os Passeios Sonoros, que contemplam espaços muito distintos, à imagem de quem irá orientar estes itinerários. “Entre a vulnerabilidade e a resiliência”, conduzido pelo arquiteto Gonçalo Byrne; “Espaço, cadeira, caminho, escrita”, pelo escritor Gonçalo M. Tavares; “A casa das perguntas e o poço da memória”, pelo historiador Rui Tavares; ou “Conhecer a água”, por Matilde Meireles e Christabel Stirling, entre muitos outros.
Tal como estão de volta as atividades para toda a família, com diferentes desafios para realizar durante o percurso de exploração pela cidade de forma independente. Foi pensado um conjunto de atividades, em formato de fichas, para crianças com idades compreendidas entre os 6 aos 12 anos, que poderão ser descarregadas e feitas em casa finda a edição do Open House.
Sendo a mudança uma caraterística essencial das cidades, nada melhor do que aproveitar as propostas do Open House Lisboa (OHL) para conhecer formas de fazer cidade, numa iniciativa que se renova a cada ano.
Em parceria com a EGEAC e a Câmara Municipal de Lisboa, o OHL faz parte da rede Open House Worldwide que, a partir deste ano, se alarga a mais cinco cidades: Miami, Berna, Múrcia, Hong Kong e Saragoça.
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