A Goldman Sachs reforça a projeção de cortes dos juros diretores da zona euro em junho, tal como outros bancos centrais ocidentais, à medida que a emergência inflacionista passa. Os cortes serão graduais, dado que as pressões nos salários se mantêm, mas a normalização da política monetária deverá estar para arrancar em breve.
Numa nota da unidade de pesquisa desta segunda-feira, o banco de investimento avança com cortes dos juros em junho decretados pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelos seus homólogos inglês e canadiano, isto na mesma linha das decisões recentes na Suécia e Suíça. Os cortes serão, ainda assim, graduais “dado que os preços e salários continuam a subir a um ritmo mais alto do que os implicados nos objetivos dos bancos centrais, exceto na Suíça, e o desemprego permanece próximo dos níveis pré-pandémicos em todos os países exceto na Suécia”.
Olhando para o gráfico disponibilizado na nota do banco, a expectativa para a zona euro é que as descidas terminem apenas no final de 2025, altura em que será atingida a taxa terminal de 2,25%. A verificar-se, será a taxa de referência mais baixa entre as economias consideradas, com Reino Unido, Canadá e Austrália todas acima de 3%, bem como os EUA.
As previsões do banco de investimento têm oscilado nos últimos trimestres, dada a incerteza quanto ao rumo da política monetária europeia. Se, no final do ano passado, a Goldman antecipou a expectativa do terceiro trimestre para abril, essa projeção foi rapidamente corrigida para junho, dada a persistência da inflação no espaço da moeda única.
Atualmente, os juros diretores na zona euro estão entre 4% e 4,5%, máximos desde a introdução da moeda única e fruto de cinco reuniões consecutivas sem alterações nas taxas.
Por outro lado, a economia norte-americana não deverá acompanhar as descidas nos juros, dada a pressão inflacionista que continua a verificar-se, mesmo em cadeia. Ainda assim, os indicadores de preços têm-se mantido relativamente contidos, o que sugere que poderá haver margem de manobra para um corte de juros em julho, um mês após as descidas na Europa.
Ao mesmo tempo, a Goldman antecipa que a performance norte-americana muito acima da europeia deva estar a terminar, dado que a economia está próximo do potencial em vários aspetos, com destaque para o emprego.
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