A oferta pública de aquisição (OPA) do fundo norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR) terminou na sexta-feira, com o fundo a garantir a maioria do capital da Greenvolt, empresa portuguesa de energias renováveis.
– Como ficou concluída a OPA voluntária?
O KKR assegurou 79% da Greenvolt: 61% através da compra da posição dos sete principais acionistas, que já estava definida. Outros 18% foram comprados pelo banco italiano Mediobanca, que estava mandatado pelo KKR para comprar até 20% das ações.
– O que se segue?
Uma OPA obrigatória para adquirir as restantes ações da empresa. “Como consequência da aquisição pela Oferente das ações ao abrigo dos Contratos de Compra e Venda de Ações e da imputação à Oferente de uma percentagem superior a 50% dos direitos de voto inerentes às ações da Greenvolt, a oferta pública de aquisição voluntária foi convolada em oferta pública de aquisição geral e obrigatória”, segundo o comunicado da KKR ao mercado.
– Qual o valor oferecido?
O KKR vai oferecer 8,30 euros por ação, tal como na OPA lançada a 21 de dezembro.
– Qual o valor atual da ação da Greenvolt?
8,305 euros por ação, acima do oferecido na OPA. Segundo o fundo, os 8,3 euros representam um prémio de 32% face ao preço médio das ações no seis meses anteriores ao anúncio da OPA em dezembro. E também representam um prémio de 95% face ao valor de estreia em bolsa, em 2021 (4,25 euros), destaca.
– Qual o valor definido pelo perito independente?
A EY definiu como contrapartida mínima da oferta um valor de 7,3 euros por ação.
– O que pretende a KKR para a Greenvolt?
“É intenção da Oferente [KKR] continuar a contribuir para o desenvolvimento e crescimento sustentável a longo prazo da Sociedade Visada [Greenvolt]. Assim, a Oferente pretende prosseguir com as atividades da Sociedade Visada e das sociedades em relação de domínio ou grupo, de acordo com a orientação estratégica definida pelo conselho de administração da Sociedade Visada, e confirmando a confiança na equipa de gestão”, segundo o comunicado da KKR.
– A KKR mantém a intenção de retirar a Greenvolt de bolsa?
Sim. “Se a Oferente, em resultado da presente Oferta (…) vier a deter 90% ou uma percentagem superior dos direitos de voto correspondentes ao capital social da Sociedade Visada, a Oferente exercerá o direito de aquisição potestativa (…) o que resultará na exclusão das Ações da admissão à negociação mercado regulamentado com efeitos imediatos”, afirmam os norte-americanos.
– E se não atingir os 90% de capital?
Então, o KKR vai recorrer a um plano alternativo, com a medida a ser votada em assembleia-geral de acionistas. “Caso as condições (…) não se verifiquem, a Oferente poderá considerar, após o encerramento da Oferta, requerer a convocação de uma assembleia geral de acionistas da Sociedade Visada para aprovar a exclusão voluntária de negociação das Ações”.
-Neste cenário, a aquisição potestativa mantém-se?
O KKR irá analisar esse cenário. “Uma vez ocorrida a exclusão da negociação em mercado regulamentado, e na medida em que a Oferente (…) passe a deter 90% ou uma percentagem superior do capital social da Sociedade Visada, a Oferente avaliará então se deverá proceder a uma aquisição potestativa das Ações que permaneçam na titularidade de outros acionistas”.
– E as obrigações convertíveis?
O KKR detém 200 milhões de euros de obrigações convertíveis da Greenvolt. Conforme estava previsto, uma alteração de controlo da empresa abre a porta a estas obrigações serem convertidas em novas ações da cotada. Desta forma, o KKR poderá passar a controlar uma fatia maior da Greenvolt se decidir converter estas ações com um preço unitário de 8,3107 euros, segundo o comunicado divulgado pela Greenvolt no sábado.
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