A Inditex inicia o ano fiscal de 2024 com menos ímpeto que noutros anos, mas não foi por isso que o mercado mobiliário a veio penalizar: o grupo têxtil registou novos recordes de vendas e lucro no primeiro trimestre, embora no ritmo de crescimento seja agora mais lento desde a pandemia. De qualquer forma, nada parece travar a trajetória bolsista do gigante galego, que fechou a sessão desta quarta-feira com uma subida de 3,73% para 45,57 euros por ação, a maior subida desde o início de março, saliente a imprensa especializada espanhola. Um valor próximo do máximo histórico de 46,67 euros alcançados no dia 28 desse mês. A Inditex vale agora 142 mil milhões de euros.
As vendas da Inditex atingiram 8.150 milhões de euros, um aumento de 7,1%. O valor é o mais elevado visto no início do ano, mas a Inditex tem três trimestres consecutivos, a par do terceiro e quarto trimestres de 2023, com aumentos percentuais inferiores a 10%. Além disso, a receita do primeiro trimestre está ligeiramente abaixo das estimativas da Bloomberg.
Apesar disso, realça o jornal “Cinco Días”, a empresa fala de um desempenho “muito satisfatório” no início do ano, e aponta para um maior vigor no início do segundo trimestre. Entre 1 de maio e 3 de junho, as vendas a taxas de câmbio constantes nas lojas físicas e online cresceram 12%.
O CEO da Inditex, Óscar García Maceiras, mostrou-se particularmente satisfeito com o desempenho do grupo em Espanha, o seu principal mercado, que em 2023 foi o segundo que mais cresceu. “Estamos muito felizes com o nosso desempenho. Continuamos a avançar com a otimização das lojas e continuamos a ver oportunidades para termos um crescimento rentável em Espanha com todos os nossos conceitos”, disse numa conferência com analistas, na qual destacou também a boa evolução das vendas a nível global, tanto nos canais físicos como online.
“O desempenho é muito bom nos dois canais, e não é possível entender um sem o outro”, explicou. A empresa atribui o crescimento no primeiro trimestre a uma melhora nos volumes negociados, com estabilização nos preços de venda.
Embora o aumento das receitas no primeiro trimestre mostre um crescimento inferior ao verificado nos últimos anos, o controlo apertado dos custos permitiu à Inditex obter um lucro de 1.294 milhões de euros no período, quase mais 11%. O grupo mantém o aumento de dois dígitos, mas é mais uma vez o menor percentual registado em um primeiro trimestre desde o fim da pandemia. O lucro operacional bruto (EBITDA) cresceu 8% para 2.370 milhões de euros. A margem bruta melhorou 7,3% para 4,94 mil milhões de euros, representando 60,6% das vendas, 13 pontos base acima da margem registada há um ano.
No final do primeiro trimestre, tinha uma posição financeira líquida de 11.623 milhões de euros, mais 11% do que um ano antes, dos quais 7.668 milhões de euros eram caixa. A empresa prevê investir um total de 1.800 milhões de euros este ano para aumentar a sua capacidade operacional. A esse montante se somarão outros 900 milhões do programa de crescimento logístico, que sobe para 1,8 milhão até 2025. Este plano inclui, entre outros projetos, a abertura de um novo centro de distribuição de 286 mil m2 em Saragoça (para a Zara), recorda ainda o periódico.
A Inditex anunciou também algumas mudanças no seu conselho de administração, que serão implementadas na próxima assembleia de acionistas, que terá lugar a 9 de julho. Anne Lange, diretora, deixará o lugar no final do seu mandato e o lugar será ocupado por Belén Romana, atual diretora do Banco Santander, ex-membro do Conselho de Administração do Banco da Espanha, da CNMV e diretora do Tesouro do Ministério da Economia. A AG irá também aprovar dividendo de 1,54 euros por ação. Quando chegar a altura de os pagar, o fundador do grupo, Amâncio Ortega, ficará 2,8 mil milhões mais rico.
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