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Sindicatos bancários da UGT recorrem à conciliação da DGERT na negociação salarial

Os sindicatos falam em “intransigência das Instituições de Crédito subscritoras do Acordo Coletivo de Trabalho do Setor Bancário ao longo das negociações de revisão salarial para 2024”, para explicar que se viram “obrigados a remeter o processo para o Ministério do Trabalho, pedindo a conciliação junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT)”.
17 Junho 2024, 19h47

Os sindicatos da banca filiados na UGT – o Mais Sindicato, o SBN e o SBC – estão a recorrer à conciliação da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) na negociação salarial para 2024 porque as negociações com os bancos estão num impasse.

“Face ao impasse do processo ao fim de mais de seis meses de negociação, o Mais Sindicato, o SBN e o SBC decidiram avançar com um pedido de conciliação junto da DGERT”, lê-se no comunicado.

Os sindicatos falam em “intransigência das Instituições de Crédito subscritoras do Acordo Coletivo de Trabalho do Setor Bancário ao longo das negociações de revisão salarial para 2024”, para explicar que se viram “obrigados a remeter o processo para o Ministério do Trabalho, pedindo a conciliação junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT)”.

Depois de, em novembro do ano passado, terem apresentado a sua reivindicação de 6% de aumento nas tabelas salariais e cláusulas de expressão pecuniária, para ativos e reformados, estes sindicatos, numa tentativa de contribuir para um consenso que permitisse um acordo, reformularam já a proposta inicial por diversas vezes, tendo apresentado a quinta e última em abril.

“Ao longo destes meses, as Instituições de Crédito foram arrastando as negociações, rejeitando sempre os esforços dos Sindicatos”, apontam.

Após a primeira contraproposta de 2%, alteraram-na para 2,5% e, no final de maio, avançaram com um aumento final de 3%, “aceite por outro sindicato e de imediato rejeitadas pelos Sindicatos da UGT”, acrescentam referindo-se ao Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos e Bancários.

As três estruturas sindicais da banca afetas à UGT (Mais Sindicato, SBN e SBC) invocam a perda de poder de compra como motivo para pedir aqueles aumentos.

O  Mais Sindicato, SBN – Sindicato dos Bancários do Norte e SBC -Sindicato dos Bancários do Centro dizem que “não podiam aceitar tal proposta, em nome da justiça para com os trabalhadores e reformados que representam, pois ela não compensa o poder de compra perdido nem garante a equidade na repartição dos enormes ganhos de produtividade do setor”.

“Como exemplo da injustiça que a banca pretende perpetuar, refira-se a discrepância entre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC – vulgo inflação) e os aumentos salariais dos bancários. Em 2021 o índice de preços do consumidor (IPC) subiu 1,3% e aumento salarial da banca foi 0,5%; em 2022 o IPC subiu 7,8% e o aumento salarial foi de 1,1% e em 2023 o IPC subiu 4,3% e o aumento salarial foi de 4,5%”, referem os sindicatos da UGT que falam numa “perda efetiva do poder de compra dos trabalhadores de 7,3%”.

Por outro lado, “os lucros dos bancos têm crescido exponencialmente, o que se repetiu no primeiro trimestre deste ano”. A estes “lucros excecionais soma-se a substancial redução de custos devido ao encerramento de balcões e, consequentemente, a diminuição de trabalhadores”.

Os sindicatos Mais, SBN e SBC deixam o aviso ao setor de que “se o comportamento observado na revisão do ACT do Setor Bancário for adotado por outras Instituições, como a CGD ou o BCP, e as negociações em curso não evoluírem, a resposta será igual, pois não podem aceitar tão míseros aumentos perante tão elevados lucros”.

A negociação decorre há meses na Associação Portuguesa de Bancos (APB) e entre os bancos subscritores estão o Santander, o BPI, o Novobanco.

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