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Chinesa Ofo considera abrir falência

A empresa chinesa de partilha de bicicletas Ofo, que tem operação em Portugal, está com “imensos problemas” de liquidez e a considerar declarar insolvência, revelou esta quinta-feira o fundador da empresa.
20 Dezembro 2018, 07h59

A empresa chinesa de partilha de bicicletas Ofo, que tem operação em Portugal, está com “imensos problemas” de liquidez e a considerar declarar insolvência, revelou esta quinta-feira o fundador da empresa.

“Os problemas de liquidez da empresa agravaram-se”, escreveu Dai Wei, fundador da empresa, numa carta aos funcionários, citada pela imprensa. “Já pensei inúmeras vezes (…) dissolver a empresa e declarar insolvência”, afirmou.

As firmas chinesas de partilha de bicicletas, incluindo a OFO e a rival Mobike, revolucionaram nos últimos anos o transporte nas cidades do país, ao distribuir mais de 20 milhões de bicicletas.

Fundada em 2014, a OFO angariou já mais de 2,2 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) junto dos investidores, e expandiu as suas operações além-fronteiras.

No ano passado, entrou em Portugal através do serviço de partilha de bicicletas na vila de Cascais. Na altura disponibilizou 50 bicicletas.

A empresa é considerada uma startup “unicórnio”, com avaliação superior a mil milhões de dólares, mas incapaz agora de cumprir com encargos mensais de 25 milhões de dólares (22 milhões de euros) em salários.

“Durante este ano, sofremos imensos problemas de liquidez: devolver os depósitos aos usuários, pagar dívidas aos fornecedores. De forma a manter a empresa a funcionar, por cada renminbi [moeda chinesa] investido tínhamos que ganhar três”, descreveu.

As notícias sobre a debilidade da firma levaram milhões de utilizadores do aplicativo a pedir o reembolso dos seus depósitos, de 99 yuan (12,5 euros), que a empresa está agora a tentar processar.

Dai Wei atribuiu as dificuldades da empresa ao facto de “não ser capaz de avaliar corretamente as mudanças externas, a partir do ano passado”.

A rival Mobike foi comprada em abril deste ano pela gigante chinesa de entrega de comida ao domicilio Meituan, por 3,7 mil milhões de dólares (mais de 3,2 mil milhões de euros), enquanto outro competidor, o Bluegogo, entrou em falência no ano passado, mas foi comprado pela empresa de transporte privado Didi Chuxing, a Uber chinesa.

A Ofo está ainda sob pressão dos fornecedores: em setembro, a empresa foi processada por um fabricante de bicicletas por falhar pagamentos superiores a 10 milhões de dólares.

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