Pedimos desde já desculpa pela falta de originalidade na citação, mas o início daquele que é considerado o melhor romance de todos os tempos, “Anna Karénina”, de Lev Tolstoi, tem de ser chamado a este texto: “Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”
Gerald Durrell era o filho mais novo de Louisa Florence Dixie que, a certa altura da sua vida, decide mudar-se para uma casa na ilha grega de Corfu, com os outros dois filhos (Leslie e Margaret), reunindo-se assim ao filho mais velho, Lawrence Durrell – que viria a tornar-se um conhecido escritor –, e à mulher deste.
Foi em Corfu que Gerald começou a colecionar a fauna local, passando a considerá-la animais da estimação, para desespero dos restantes membros da família. Foram os primeiros passos de um naturalista que viria a tornar-se famoso, sobretudo graças aos programas televisivos sobre a vida selvagem que apresentou durante anos, muitos dos quais rodados no jardim zoológico que fundou na ilha de Jersey, no Canal da Mancha, em 1959.
“A Minha Família e Outros Animais”, recentemente reeditado pela Presença, com tradução de Catarina Belo, é o primeiro volume de uma trilogia com as memórias dos tempos passados na ilha, e o único que foi publicado entre nós. É um relato hilariante, no qual todas as crianças que tiveram uma infância feliz se reconhecerão – sobretudo, aquelas que puderam crescer ao ar livre, com liberdade e irmãos mais velhos a quem contrariar, ou mesmo arreliar.
Agora que o verão está a começar, pedindo leituras mais voluptuosas (o sentido bíblico será da responsabilidade do leitor deste nosso texto), nada como uma leitura bem-disposta.
Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.
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