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Emmanuel Macron lamenta decisão de Donald Trump em retirar as tropas da Síria

“Um aliado deve ser de confiança”, referiu o presidente francês durante uma conferência de imprensa no Chade. “Lamento profundamente a decisão tomada na Síria.”
23 Dezembro 2018, 15h14

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse este domingo que lamentou profundamente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as tropas norte-americanas da Síria, revela a agência “Reuters”.

“Um aliado deve ser de confiança”, referiu o presidente francês durante uma entrevista coletiva no Chade. “Lamento profundamente a decisão tomada na Síria”, sublinhou Macron.

Numa mudança de política abrupta, Donald Trump anunciou na passada quarta-feira que Washington retiraria as cerca de duas mil tropas dos EUA na Síria, elevando um pilar da política americana no Médio Orient e alarmando os aliados dos EUA.

Macron destacou a importância do trabalho das Forças Democráticas da Síria, lideradas pelos curdos, que capturaram grande parte do norte e do leste da Síria do Estado Islâmico.

“Eu chamo todos … não para esquecer o que lhes devemos”, disse o líder francês.

As autoridades dos EUA justificaram a decisão dizendo que o Estado Islâmico havia sido derrotado.

 

Apesar dos EUA continuarem a manter as tropas no Iraque com a capacidade de atacar a Síria, uma retirada das forças terrestres cumpriu um objetivo importante da Síria, do Irão e da Rússia e poderia diminuir a influência dos EUA na região.

Segundo as fontes ouvidas pelos referidos meios de comunicação, a decisão terá sido tomada na terça-feira e o Pentágono está a tentar demover Trump de avançar com a retirada das tropas, argumentando que se trata de uma “traição” aos militantes curdos e que isso dificultará, no futuro, os esforços dos EUA para ganhar a confiança de combatentes locais em países como o Afeganistão, Iémen e Somália.

“Até ao momento, continuamos a trabalhar com os nossos parceiros na região”, afirmou Rob Manning, porta-voz do Pentágono, ao canal noticioso norte-americano. “Qualquer relatório que indique uma mudança na posição dos EUA com respeito à presença militar dos EUA na Síria é falso e projetado para semear confusão e caos”, disse a entidade num comunicado no início deste mês.

Cerca de dois mil soldados norte-americanos passaram os últimos meses a combater pequenas forças do Daesh que ainda resistiam. No geral, praticamente todo o noroeste sírio já se encontra livre da Estado Islâmico. Não se sabe ainda se ficarão “para trás” contingentes mais pequenos, para ajudar no processo de reconstrução.

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