As dívidas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) a instituições de ensino superior e de investigação científica ascendiam, em junho, a 98,7 milhões de euros, revelou esta quarta-feira, 10 de julho, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação em documento enviado às redações.
O documento, que inclui muitos outros dados das áreas tuteladas por Fernando Alexandre foi por ele apresentado aos deputados no âmbito de uma audição regimental na Assembleia da República.
A maior fatia da dívida tem o valor de 43 milhões de euros e corresponde a dívidas com mais de seis meses. Há ainda 25,1 milhões de euros entre três e seis meses e 30,6 milhões de euros entre um e três meses.
Cinco instituições – Universidade do Porto, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra, Universidade NOVA de Lisboa e Universidade do Minho – lideram a lista de credores, num total de 40,5 milhões de euros. A U.Porto tem a receber 8,8 milhões, a UA 8,7 milhões e a UC 8,4 milhões. A NOVA, com 7,4 milhões, é a quarta instituição com mais dinheiro a haver, seguida da UMinho, com 7,2 milhões de euros.
Na lista de credores figura também o Instituto Superior Técnico, com uma dívida de 4,9 milhões de euros, a Universidade de Évora, com 2,5 milhões, e o ISCTE-IUL, com 2,2 milhões. Aos centros de investigação REQUIMTE-P e Associação i3S, a FCT deve 2,5 milhões e 2,3 milhões, respetivamente.
A agência Lusa que acompanhou a audição, noticia que o ministro, que não chegou a referir o tema das dívidas, considerou que a FCT deve ser “muito mais previsível” e defendeu que o atual modo de funcionamento “não é aceitável, ideia que já tinha defendido na semana passada.
A FCT tem de ser mais previsível na sua atividade que é fundamental para a ciência em Portugal. Tem de ser mais previsível nos prazos de abertura de concursos, na publicação de resultados. Tem de ser mais previsível no pagamento às instituições do sistema científico e tecnológico que veem muitas vezes a sua atividade prejudicada pelos atrasos”, disse na altura Fernando Alexandre, que considerou inaceitáveis os atrasos nos pagamentos às instituições.
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