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João André de Barros Teixeira: “É muito claro que o pragmatismo radical não solucionou os grandes problemas”

“Na natureza temos dois tipos de espécies, com raízes e com asas. Quem nasce com asas inevitavelmente tem de voar”, afirma o gestor, que integra a rede de advisors Bridgewhat, em entrevista ao Jornal Económico.
12 Julho 2024, 07h00

João André de Barros Teixeira iniciou a vivência internacional cedo, por ser filho de pais médicos que trabalhavam com a Organização Mundial de Saúde. Nasceu no Brasil, formou-se no Reino Unido, é cidadão belga e viveu e trabalhou em seis continentes. “Na natureza temos dois tipos de espécies, com raízes e com asas. Quem nasce com asas inevitavelmente tem de voar”, afirma o gestor, que integra a rede de advisors Bridgewhat, em entrevista ao Jornal Económico.

Os mais de 40 anos de carreira que leva em posições de administração, em diferentes mercados, permitiram-lhe construir a grelha de leitura da gestão humanística que defende no livro The Human MBA.

Em entrevista ao Jornal Económico, considera que, no quadro atual, a gestão humanística tem mais importância ainda. “Ficou muito claro que o que eu chamo de pragmatismo radical não solucionou os grandes problemas da humanidade”.

Defende, por isso, um caminho assente em três pilares: a reflexão ética, a centralidade da dignidade humana e o envolvimento de todas as partes interessadas.

“A gestão humanística propõe, não uma alternativa ao pragmatismo, mas propõe a humanização do negócio, a humanização do pragmatismo, de tal forma que consigamos continuar a ter o sucesso que temos economicamente, mas com uma componente humana essencial”, explica.

Para o gestor, esta é uma tendência visível e os CEO de hoje têm de ter em conta essa mudança. “O CEO de hoje lida com pessoas que estão mais preocupadas com causas e temas humanos, temas planetários, que vão mais além do que simples progresso na carreira, aumento de salário, promoções, etc. Inevitavelmente, esse CEO tem de estar equipado com este aspeto humano, porque também os países, também as políticas, movem-se nesse sentido”, sublinha.

Diz, também, que o principal desafio que enfrentamos hoje não é tecnológico, mas de adaptação.

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