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EUA: Inflação em cadeia recua pela primeira vez em quatro anos

Os preços desceram 0,1% em relação ao mês anterior, a primeira vez que tal acontece nos EUA desde maio de 2020 e contrariando a expectativa de nova subida. Em termos homólogos, o indicador recuou para 3%, dando mais força à possibilidade de cortes iminentes pela Reserva Federal.
6 – Nova Iorque, Estados Unidos
11 Julho 2024, 16h40

A inflação nos EUA desceu inesperadamente em junho, tocando mesmo valores negativos em cadeia, a primeira vez que tal acontece em quatro anos. Também o indicador nominal homólogo tocou mínimos de um ano, números que suportam a ideia de que a Reserva Federal estará prestes a arrancar com a redução dos juros.

Os dados divulgados esta quinta-feira apontam para uma inflação homóloga de 3%, o valor mais baixo desde junho do ano passado e fruto de três quedas consecutivas desde os 3,5% registados em março. O mercado apontava para um recuo menos expressivo, de 3,3% em maio para 3,1%, mas a descida do indicador acabou por superar as expectativas dos analistas.

Na mesma linha, o indicador em cadeia mostrou um recuo de 0,1% nos preços, registando a primeira leitura negativa em quatro anos, desde maio de 2020. O mercado apontava para uma subida de 0,1% após uma leitura sem alterações no mês anterior.

A desaceleração homóloga resultou de abrandamentos em quase todas as categorias do índice de preços no consumidor (IPC), exceto a alimentação, que acelerou marginalmente de 2,1% para 2,2%. Em sentido inverso, o custo da habitação, energia e transportes cresceu a um ritmo menos expressivo do que no mês anterior.

Olhando para o indicador core, este também deu sequência à trajetória descendente que se vem verificando há mais de um ano, tocando mínimos de mais de três anos com uma leitura de 3,3%.

Esta evolução dá mais força à possibilidade de cortes dos juros diretores pela Reserva Federal já em setembro, um cenário cada vez mais visto como o mais provável por investidores e analistas. A autoridade monetária norte-americana usa como referência para a inflação o índice de gastos pessoais de consumo (PCE), cujos dados saem com um mês de atraso em relação ao IPC, mas a tendência de abrandamento também é notória.

Esta semana, Jerome Powell, presidente da Fed, afirmou no Congresso norte-americano que os riscos para a economia norte-americana estavam “mais balanceados”, lembrando que o mandato do banco central não se foca apenas nos preços, mas também no mercado laboral. Mantendo a porta aberta a uma ‘aterragem suave’, Powell admitiu ainda que os juros diretores podem começar a descer antes ainda de a inflação estar em 2%, justificando-se com a dinâmica dos preços e a tendência implícita do indicador.

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