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EUA: aperta-se o cerco em torno de Joe Biden

O momento de viragem parece ter sido o pedido endereçado pelo antigo presidente Barack Obama para que Joe Biden desista das presidenciais.
19 Julho 2024, 12h25

Os estragos políticos já parecem ser insanáveis, mas uma fonte citada pelo jornal “The New York Times” avança que Joe Biden está a ponderar desistir da corrida à presidência e que poderá tomar essa decisão em breve. À mudança de posição não será alheio, dizem os comentadores, o facto de o antigo presidente Barack Obama (de quem Biden foi vice) se ter juntado ao cada vez mais numeroso grupo de democratas que pedem que o ainda presidente desista da corrida.

Biden levou sempre em grande consideração os conselhos de Obama – e também de Bill Clinton, outro ex-presidente democrata – e aparentemente não conseguiu ficar alheio ao pedido. Biden resistiu até agora a toda a pressão, que, antes de Obama, tinha como expoente máximo Nancy Pelosi, antiga líder da Câmara dos Representantes. Mas, desde que Pelosi decidiu organizar uma viagem ‘’não autorizada’ pela Casa Branca a Taiwan, a relação entre os dois deixou de ser de total confiança política.

Para além do problema do tempo – que em termos eleitorais já é muito curto – os democratas têm ainda que resolver o maior de todos os problemas: a quem endossar os votos democratas. Não há nenhum outro candidato a disputar o lugar de candidato, uma vez que os democratas optam sempre por manifestar sinais exteriores de união. Aconteceu assim em 2019 – quando Kamala Harris no lugar de vice-presidente permitiu unir a ala esquerdista com os moderados. E aconteceu outra vez este ano, quando o partido tratou de ‘atirar fora’ a candidatura de Robert F. Kennedy (filho do assassinado Bobby e sobrinho do também assassinado John) – que continuou no ativo como independente.

Ora – mas isso ninguém podia imaginar – esta candidatura, se corresse no interior do partido, seria uma excelente alternativa. Até porque Kennedy tem nas sondagens uma posição que não é despicienda: está próxima dos 10% (quando as sondagens o ‘misturam’ com Biden e Trump).

Coma alternativa Kamala Harris a ter muito pouca tração no interior do Partido Democrata e com nenhum nome a conseguir distinguir-se ao longo dos últimos quatro anos, não há alternativa. Uma sondagem qualquer dizia que apenas a ex-primeira dama Michele Obama conseguiria ganhar a Trump. A maioria dos comentadores tende a ouvir isso com um sorriso trocista, dado que Michele não ficou conhecida por ter um pensamento político consistente e de há uns anos a esta parte transformou-se numa espécie de estrela pop das revistas de mexericos. Isto é, não cumpre os ‘mínimos’ para ser alguém que ‘amedronte’ a candidatura de Donald Trump.

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