O sistema bancário do Qatar enfrenta prejuízos devido à quantidade de dívidas contraídas para construir todo o vasto tipo de infraestruturas que deram vida ao Campeonato do Mundo de Futebol em 2022.
Segundo a Bloomberg Intelligence, cerca de 3,5% dos empréstimos dos bancos do emirado foram considerados problemáticos no final do primeiro trimestre, acima dos 2,6% de apenas há dois anos.
A situação terá levado já o Banco Comercial PSQC a tentar leiloar alguns ativos imobiliários problemáticos, enquanto instituições de menor dimensão, como o Doha Bank QPSC, o Qatar Islamic Bank SAQ e o Masraf Al Rayan QSC, estarão a reportar um número crescente de empréstimos com maior risco de incumprimento.
O emirado tem em cima da mesa todas as opções visando fortalecer os balanços dos bancos. Entre essas opções, adianta aquela agência, está a contratação de consultores de reestruturação, a compra de carteiras de propriedades em risco ou obrigar credores de dimensão mais pequena a fundirem-se para que possam suportar e lidar melhor com o impacto da situação.
Na história do Qatar não há registo de falências de bancos, mas o preço a pagar agora pode ser muito elevado, podendo passar pela imposição de limites ao fundo soberano de 510 mil milhões de dólares, num momento em que o seu perfil global atinge novos patamares. O governo poderia limitar os pagamentos do excedente orçamental à Autoridade de Investimento do Qatar para ajudar a financiar qualquer ajuda aos bancos, adianta a Bloomberg.
O Mundial de 2022 custou aproximadamente 300 mil milhões de dólares e foi muito além dos estádios. O Qatar construiu toda uma rede de rodovias, bem como um novo sistema de transporte público para conectar os sete campos que acolheram os jogos, além de hotéis de luxo e até da reestruturação do sistema de esgotos para acolher os cerca de 1,2 milhões de visitantes trazidos pelo futebol.
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