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Berkshire Hathaway reduz participação na Apple em quase 50%

É “um sinal de desconfiança de um dos investidores mais reputados do mundo numa altura em que os mercados acionistas estão a sofrer movimentos de correção agudos liderados pelas tecnológicas”.
5 Agosto 2024, 11h34

O relatório e contas da Berkshire Hathaway, divulgado este fim de semana, foi uma das razões para o agravamento do sentimento dos investidores em relação às tecnológicas, que se estão a destacar pela negativa nas bolsas mundiais esta segunda-feira. Porquê? A empresa de Warren Buffett informou que reduziu a sua participação na Apple em quase 50%.

No segundo trimestre deste ano, a Berkshire Hathaway vendeu 75,5 mil milhões de dólares (cerca de 68,9 mil milhões de euros) em ações e foi na Apple que a empresa do Nevada mais cortou, penalizando a aura sobre o sector.

Ao analisar o relatório financeiro – onde a Berkshire Hathaway deu conta de uma queda nos lucros para 43,05 mil milhões de dólares (36,56 mil milhões de euros) no primeiro semestre de 2024 – é possível perceber que, a 31 de dezembro do ano passado, cerca de 79% do valor agregado estava concentrado em cinco empresas, entre as quais a American Express Company (28,4 mil milhões de dólares) e logo a seguir a Apple (174,3 mil milhões de dólares).

No entanto, a 30 de junho de 2024, aproximadamente 72% do valor agregado estava em cinco empresas, sendo que as maiores fatias deste bolo estavam na American Express Company (35,1 mil milhões de dólares) e na Apple (84,2 mil milhões de dólares). Logo, menos 90 mil milhões do que no final de 2023. Segue-se o Bank of America Corporation (41,1 mil milhões de dólares), a Coca-Cola (25,5 mil milhões de dólares) e a Chevron (18,6 mil milhões de dólares).

“Apesar de a fabricante do iPhone continuar a ser a cotada com maior peso na carteira da firma de Warren Buffett, a posição está agora avaliada em apenas 84,2 mil milhões de dólares. No segundo trimestre, a Berkshire vendeu mais de 75 mil milhões de dólares em ações, pelo que não foi apenas na Apple que reduziu”, lê-se na research de mercado da BA&N.

Portanto, este é “um sinal de desconfiança de um dos investidores mais reputados do mundo numa altura em que os mercados acionistas estão a sofrer movimentos de correção agudos liderados pelas tecnológicas”. “Ao vender ações, a Berkshire reforçou o montante em cash para um impressionante recorde de 277 mil milhões de dólares. Desde que começou a investir na Apple em 2016, as ações da cotada dispararam 900%”, acrescenta a análise.

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