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Médio Oriente: Israel anuncia morte de oficial dos serviços secretos do Hamas em Gaza

Israel anunciou hoje que o exército matou um chefe da polícia de Gaza aparentemente ligado ao braço armado do grupo islamita Hamas, durante a incursão terrestre em curso em Khan Yunis, que já fez dezenas de mortos.
10 Agosto 2024, 15h39

Israel anunciou hoje que o exército matou um chefe da polícia de Gaza aparentemente ligado ao braço armado do grupo islamita Hamas, durante a incursão terrestre em curso em Khan Yunis, que já fez dezenas de mortos.

“Os caças da Força Aérea atacaram ontem [sexta-feira] à noite (…) e eliminaram o terrorista Walid al-Susi, um ativista do braço armado da organização terrorista Hamas, que desempenhava as funções de chefe de departamento no Serviço de Segurança Pública no sul da Faixa de Gaza”, refere-se num comunicado militar citado pela agência noticiosa EFE.

Segundo o exército, Al-Susi era um oficial dos serviços secretos e “trabalhava contra os movimentos de oposição à organização terrorista Hamas em Gaza”.

Fontes do jornal Times of Israel citadas pela agência Europa Press também identificam Al-Susi como responsável por “traçar um quadro geral” da situação interna em Gaza através das suas fontes em todo o enclave.

Alegando a presença de milicianos, Israel ordenou novamente a evacuação de vários bairros de Khan Yunis na quinta-feira e, nesse mesmo dia, pelo menos cinco pessoas foram mortas em bombardeamentos nesta importante cidade do sul, um reduto histórico das milícias palestinianas.

Na sexta-feira, as tropas terrestres lançaram uma nova incursão na cidade, incluindo combates subterrâneos, que provocaram a morte de pelo menos 14 civis, incluindo dois jornalistas, e dezenas de feridos, segundo a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa.

A agência acrescenta que este número se junta a outros sete civis mortos num bombardeamento em Khan Yunis, hoje.

A 4 de agosto, Israel ordenou igualmente a evacuação de bairros no sudeste da cidade, na sequência de uma incursão no final de julho que matou cerca de 300 pessoas.

Os habitantes desta zona têm de se deslocar para a “zona humanitária” de Mawasi, cada vez mais exígua, que tem sido alvo de bombardeamentos e onde centenas de milhares de palestinianos estão amontoados num enxame de tendas em condições humanitárias miseráveis.

A porta-voz adjunta do secretário-geral das Nações Unidas, Florencia Soto Niño, afirmou que pelo menos 60.000 palestinianos foram deslocados à força nas últimas 72 horas ao abrigo das ordens de evacuação israelitas em Khan Yunis.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou hoje que os ataques israelitas mataram na sexta-feira 40 pessoas e feriram 140 em toda a Faixa de Gaza, elevando o número total de mortos e feridos – na sua maioria mulheres e crianças – para 39.790 e 92.002 desde o início da guerra, há mais de dez meses.

A estes números juntam-se 10.000 desaparecidos nos escombros e 1,9 milhões de pessoas deslocadas que sobrevivem numa crise humanitária sem precedentes devido à destruição generalizada de casas, ao colapso de hospitais, a surtos de epidemias, à ameaça de fome e à escassez de água potável, alimentos e medicamentos.

As Nações Unidas alertaram na sexta-feira que o volume de ajuda humanitária que chega a Gaza a partir dos vários postos de passagem diminuiu para metade desde maio, quando o exército israelita invadiu a cidade de Rafah e o posto fronteiriço com o Egito foi encerrado.

O atual conflito foi desencadeado após um ataque sem precedentes do grupo islamita em território israelita, que fez cerca de 1.200 mortos e perto de 250 reféns.

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