A Parpública – Participações Públicas, SGPS reportou lucros de 2023, que são ainda imputados à administração liderada por José Realinho de Matos, recentemente substituída.
A Parpública SGPS (Grupo Parpública) registou lucros de cerca de 183,0 milhões de euros, representando um crescimento de 17,8% face ao ano de 2022 (155,4 milhões de euros), com todos os segmentos das participadas a apresentarem resultados positivos.
O endividamento consolidado reduziu 390,6 milhões de euros, ou seja, caiu cerca de 19,5%. Esta descida, na sua quase totalidade, é justificada com a redução significativa do valor em dívida da Parpública (-130,7 milhões de euros) e do Grupo Águas de Portugal (AdP), que recuou 253,7 milhões, representando, este último, cerca de 91,0% do valor do endividamento do Grupo.
Em termos de investimento global, o Grupo atingiu os 238 milhões de euros, valor ligeiramente abaixo do registado no período homólogo (262 milhões de euros), mas que ultrapassa o investimento realizado no ano de 2021 (188 milhões de euros).
A rentabilidade dos capitais próprios é de apenas 2,6%, mas regista uma melhoria homóloga.
O passivo de financiamento da Holding situa-se, no final de 2023, a valores nominais, em 120 milhões de euros. No final de 2022, o seu valor ascendia a 250 milhões de euros, verificando-se assim uma redução de 130 milhões de euros do passivo financeiro.
Pelo terceiro ano consecutivo, a dívida líquida é negativa, ou seja, as disponibilidades superam o montante de financiamento.
Destaque para a participação de 44,98% da Inapa, que declarou falência em julho, levando a uma revisão das contas do ano passado. Nomeadamente para passar a incluir um impacto de 8,7 milhões de euros relativo a perdas por imparidade.
Ainda a nível da holding, a atividade desenvolvida em 2023 permitiu manter níveis crescentes em
termos de solvabilidade e de autonomia financeira, com 97,3 % dos ativos da Holding financiados
por capitais próprios.
Já nas contas individuais da Parpública, há a registar que os resultados líquidos do exercício foram de 111,6 milhões de euros, representando um crescimento, relativamente ao ano de 2022, de 95,5 milhões (+591,4%), decorrente, essencialmente, das operações de transferência de resultados transitados de 81,0 milhões da participada AdP SGPS e de reservas livres, no valor de 10 milhões da participada INCM (Casa da Moeda), ambos fatores não recorrentes. O produto da atividade core registou um aumento significativo de 88,2 milhões face a 2022.
“Os custos de estrutura da atividade individual registaram um ligeiro aumento de 6%, explicado sobretudo pela subida generalizada dos preços e pelos ajustamentos salariais”, refere a empresa.
Destaque ainda para o aumento do Capital Próprio de 271 milhões de euros (+ 5,0%), passando para os 4,3 mil milhões de euros.
“A não confirmação de saldos pela DGTF, referentes ao levantamento de imóveis da ex-Sagestamo de 1,179 milhões de euros, e os juros afetos à recapitalização da Efacec (…), 6,55 milhões de euros, justificam a perda por imparidade de 7,7 milhões de euros”, acrescenta a Parpública.
A empresa explica que o aumento, de 46%, dos gastos de financiamento em 2023, face a 2022, é explicado pela amortização antecipada de parte do empréstimo obrigacionista, pelo que os dados dos dois anos não são comparáveis.
O ativo fechou o ano com 4.533 milhões, tendo registado um crescimento de 55,7 milhões de euros face ao exercício de 2022, com o crescimento a ser justificado, na sua grande parte, pelo acréscimo do valor da participação financeira na Galp (8,02%).
O Capital Próprio registou, em 2023, um aumento de 152,7 milhões (+ 3,6%), passando para 4.344 milhões de euros.
A sustentabilidade financeira, medida entre o valor do ativo total e o passivo total, ascendeu, no final de 2023, a um rácio de 24,0, tendo registado um crescimento de 8,3 relativamente aos 15,6 apurados em 2022, avança a Parpública.
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