O conselheiro político da Presidência da República guineense, Fernando Delfim da Silva, anunciou hoje que serão tomadas “medidas severas” contra os envolvidos na chegada de uma aeronave ao país que continha mais de 2,6 toneladas de droga.
“Medidas severas vão ser tomadas contra todos os implicados neste ato criminoso de aterragem no aeroporto Osvaldo Vieira de uma aeronave carregada de cocaína”, declarou Delfim da Silva, lendo um comunicado da Presidência.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, encontra-se em visita de Estado nos Emirados Árabes Unidos, mas deverá regressar ao país nos próximos dias, disse uma fonte da Presidência.
O conselheiro de Sissoco Embaló felicitou as agências internacionais pela colaboração com as diferentes forças policiais guineenses na operação denominada “Landing” e que culminou, no sábado passado, com a apreensão de um jato no aeroporto de Bissau e que trazia a bordo mais de 2,6 toneladas de cocaína.
Delfim da Silva sublinhou que a operação foi executada por várias corporações policiais guineenses.
“Estão de parabéns, pelo profissionalismo demonstrado pelas entidades estatais, nomeadamente, a Polícia Judiciária, a Guarda Nacional, a Polícia de Ordem Pública e os Serviços de Informação e Segurança, que, todas juntas, prestaram assim um importante serviço ao Estado da Guiné-Bissau”, declarou o responsável.
Delfim da Silva afirmou que a Presidência guineense encoraja as instituições envolvidas no combate ao crime organizado a “cerrar fileiras” contra o tráfico internacional de estupefacientes, fenómeno que, disse, “representa uma séria ameaça à credibilidade das (…) instituições e à própria segurança e estabilidade do Estado” da Guiné-Bissau.
Antigo chefe da diplomacia guineense, Delfim da Silva exortou a Polícia Judiciária a “intensificar o combate ao narcotráfico e desmantelar a rede nele envolvido”, contando sempre com o “apoio firme” de Umaro Sissoco Embaló.
A oposição guineense exigiu hoje explicações dos governantes ao país sobre “como foi possível” a aterragem no aeroporto de uma aeronave “em plena luz do dia”, sem autorização.
O Fórum para Salvação da Democracia (FSD), que junta o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), condenou “com veemência” o ocorrido e responsabilizou “o Presidente da República e o seu Governo” pelo sobrevoo e aterragem de aeronaves no aeroporto de Bissau “com elevadas quantidades de cocaína”.
O FSD exige que todos os implicados, de forma direta e indiretamente, no processo sejam chamados à Justiça, de forma a credibilizar o país, salvar as instituições da República e repor o Estado de direito democrático.
Com o apoio de agências internacionais de combate aos estupefacientes, a Polícia Judiciária guineense apreendeu no sábado mais de 2,6 toneladas de cocaína num avião que aterrou no aeroporto de Bissau, sem autorização, proveniente da Venezuela.
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