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“Nós vamos passar horas difíceis”, avisa o primeiro-ministro

Tendo em conta a situação, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, 19 de setembro, face às previsões meteorológicas, adiantou o comandante nacional da ANEPC.
16 Setembro 2024, 22h41

O primeiro-ministro avisou esta segunda-feira, 16 de setembro, que o país vai viver “horas difíceis” nos próximos dias devido aos incêndios e apelou a que todos cumpram as instruções das forças de segurança e dos bombeiros.

Luís Montenegro falava na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), ao lado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Montenegro recusou que tenha havido atrasos quer na ativação do mecanismo europeu de proteção civil quer no corte de estradas e avisou para maiores dificuldades nos próximos dias.

“Nós vamos passar horas difíceis nos próximos dias, temos de nos preparar para isso e temos de nos juntar para isso”, afirmou.

Tendo em conta a situação, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, 19 de setembro, face às previsões meteorológicas, adiantou o comandante nacional da ANEPC.

“Face à situação operacional e ao não desagravamento da situação meteorológica, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira”, disse André Fernandes, no ponto de situação relativo aos incêndios ativos no território continental, feito pelas 20:00, na sede do organismo.

Depois do encontro para o ponto de situação, o Presidente da República agradeceu às populações e à estrutura de Proteção Civil pela forma como têm enfrentado os incêndios dos últimos dias e anunciou o cancelamento da sua deslocação a Espanha, a Tenerife e Las Palmas, entre quarta e sexta-feira, para participar num encontro internacional de ministros da Justiça e numa reunião da associação empresarial Cotec Europa.

O Governo cancelou a agenda do primeiro-ministro e de diferentes ministros de hoje e para amanhã.

Marcelo Rebelo de Sousa falou na sede da ANEPC, tendo ao seu lado o primeiro-ministro, que falou a seguir, deixando uma palavra de “tranquilização possível e de serenidade ao país”, mas apelando a que todos cumpram as instruções das forças de segurança e dos bombeiros.

“Às vezes elas colidem com a vontade e com os ímpetos mais diretos das pessoas, mas é para o bem delas e para todos os outros. Aquilo que ainda hoje foi necessário fazer para desbloquear vias de comunicação e pessoas que estavam a ficar encurraladas em estradas, deve ser evitado ao máximo”, afirmou.

Questionado se, depois dos grandes incêndios de 2017, não seria possível ter evitado situações de pessoas cercadas pelo fogo estradas, o primeiro-ministro respondeu que “não vale a pena arranjar polémicas onde elas não existem”.

“Quando há fogos e quando há avanços, como houve, repentinos, há sempre situações de limite e de dificuldade. Estou muito à vontade, porque hoje estive numa dessas zonas e tive a ocasião, eu próprio, de falar várias vezes com a ministra da Administração Interna, de falar com o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, de falar com todos os presidentes de Câmara”, revelou.

Montenegro disse ter pedido, nesses contactos, “toda a colaboração e empenho para que as forças de segurança” pudessem evitar situações de perigo em vias de comunicação e que outras pessoas fossem retiradas dos locais onde estavam.

Até às 19:30 desta segunda-feira foram registadas 205 ocorrências, segundo adiantou André Fernandes, havendo 59 incêndios em curso, 19 dos quais considerados ocorrências significativas, assumindo especial gravidade o “complexo de incêndios” nas localidades de Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis.

A declaração de situação de alerta decorre da elevação do estado de alerta especial do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) e da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao risco de incêndio máximo, muito elevado e elevado, previsto pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em grande parte do território continental.

A situação de alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais ou a proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).

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