O deputado da Iniciativa Liberal (IL), Nuno Morna, considerou que as buscas judiciais da Polícia Judiciária (PJ), realizadas na Região Autónoma da Madeira, em janeiro e agora em setembro, têm um “denominador” comum” que é o PSD. O liberal desafia os social-democratas a assumirem responsabilidades e a “olharem para dentro”. Nuno Morna admitiu que, caso o pudesse fazer, “estaria em cima da mesa” a apresentação de uma moção de censura ao executivo madeirense. Os deputados únicos não têm a possibilidade de apresentar moções de censura na Assembleia Legislativa da Madeira.
Reagindo às mais recentes buscas da PJ, integradas no âmbito da operação “AB INITIO”, Nuno Morna referiu que a justiça deve cumprir as suas competências.
O deputado liberal deixou algumas críticas ao PSD referindo que as buscas da PJ, em janeiro e setembro, tiveram um “denominador comum” que foi o PSD.
“É uma altura de parar e pensar seriamente, onde é que está o mal, e isso é óbvio e evidente”, disse Nuno Morna.
O deputado da Iniciativa Liberal acrescentou que é preciso “acabar com estes espetáculos poucos dignos” de vermos entrar na Região investigadores a fazer buscas “à procura de coisas que não são claras”.
Face a isto, o deputado da IL considerou que o PSD deve “assumir responsabilidades” de “olhar para dentro” e verificar se é isto que quer oferecer aos madeirenses e ao país.
“Estou muito preocupado com isso”, disse Nuno Morna.
Para Nuno Morna, a autonomia está muito “fragilizada” e isso não vem de agora. No entender do liberal, referindo-se à autonomia, por um lado esta “não assume as suas competências, e por outro lado “não se aprofunda” a autonomia. Nuno Morna salientou que a autonomia “entrou num marasmo” do qual não saiu e que eventos, como os das buscas judiciais”, fragilizam ainda mais a autonomia.
A operação AB INITIO deteve inicialmente sete pessoas, confirmou a Polícia Judiciária (PJ). Contudo esse número subiu para oito. Foi ainda constituído arguido o secretário-geral do PSD Madeira, José Prada.
Foram detidos o presidente da Câmara Municipal da Calheta, Carlos Teles, o presidente do conselho diretivo do Instituto da Administração de Saúde da Região Autónoma da Madeira (Iasaúde), Bruno Freitas, o ex-secretário regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, o antigo diretor da Agricultura e Desenvolvimento Regional, Paulo Santos, duas funcionárias deste mesmo departamento do Governo Regional e os empresários Humberto Drumond e Miguel Nóbrega.
Os detidos acabaram por sair em liberdade. O tribunal decretou Termo de Identidade de Residência (TIR), proibição de contacto com os demais arguidos e obrigação de pedir autorização ao tribunal para se ausentarem da região, mas sem privação do passaporte, a todos os detidos. A Bruno Freitas acresceu a suspensão do cargo público.
A autoridade policial salientou que foram executados 43 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, por suspeitas da prática dos crimes de “participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos”.
A investigação foi desenvolvida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira, teve início em 2020, “sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada”, salientou a PJ.
A operação envolveu 110 elementos da PJ, quatro Procuradores da República, dois Juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica. O titular do inquérito é o DIAP Regional de Lisboa – 1ª Secção.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com