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Empresário que terá financiado PSD Madeira declarava salário mínimo

O empresário Humberto Drumond declarava o salário mas terá oferecido um Jaguar à sua companheira. Investigação suspeita que tenha existido um “empolamento de custos” nos contratos feitos entre organismos púbicos e sociedades detidas e na influência deste empresário, avança o jornal “Público”.
Mário Cruz/Lusa
25 Setembro 2024, 16h10

O empresário que terá financiado o PSD Madeira declarava o salário mínimo, avança, esta quarta-feira, o jornal “Público“. A mesma publicação refere que o mesmo empresário terá oferecido um Jaguar à sua companheira.

O financiamento da campanha do PSD para as eleições regionais de 2023 terá sido um dos alvos das buscas que a Polícia Judiciária efetuou, a 17 de setembro, na Região Autónoma da Madeira, como avançou o Diário de Notícias da Madeira. O ato eleitoral foi vencido pela coligação PSD/CDS-PP, sem maioria absoluta. O PSD acabou por fechar um acordo parlamentar com o PAN de modo a assegurar a maioria absoluta no Parlamento.

O diário regional avançou que a investigação suspeita que tenha existido um “empolamento de custos” nos contratos feitos entre organismos púbicos e sociedades detidas e na influência do empresário Humberto Drumond, com o “alegado objetivo de saldar dívidas do PSD, resultantes de despesas da campanha partidária” para as eleições regionais de 2023″.

O Diário de Notícias da Madeira acrescentou que existiam suspeitas de irregularidades contratuais, que abrangeriam o período entre 2020 e 2024, de um montante superior a um milhão de euros, e estarão em causa crimes como participação económica em negócio, recebimento indevido de vantagem, financiamento partidário e prevaricação.

Operação deteve oito pessoas

A operação AB INITIO deteve inicialmente sete pessoas, confirmou a Polícia Judiciária (PJ). Contudo esse número subiu para oito. Foi ainda constituído arguido o secretário-geral do PSD Madeira, José Prada.

Foram detidos o presidente da Câmara Municipal da Calheta, Carlos Teles, o presidente do conselho diretivo do Instituto da Administração de Saúde da Região Autónoma da Madeira (Iasaúde), Bruno Freitas, o ex-secretário regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, o antigo diretor da Agricultura e Desenvolvimento Regional, Paulo Santos, duas funcionárias deste mesmo departamento do Governo Regional e os empresários Humberto Drumond e Miguel Nóbrega.

Os detidos acabaram por sair em liberdade. O tribunal decretou Termo de Identidade de Residência (TIR), proibição de contacto com os demais arguidos e obrigação de pedir autorização ao tribunal para se ausentarem da região, mas sem privação do passaporte, a todos os detidos. A Bruno Freitas acresceu a suspensão do cargo público.

A autoridade policial salientou que foram executados 43 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, por suspeitas da prática dos crimes de “participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos”.

A investigação foi desenvolvida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira, teve início em 2020, “sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada”, salientou a PJ.

A operação envolveu 110 elementos da PJ, quatro Procuradores da República, dois Juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica. O titular do inquérito é o DIAP Regional de Lisboa – 1ª Secção.

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