[weglot_switcher]

“Normalização das taxas de juro acontecerá quando estabilizarem nos 2%”, diz Mário Centeno

O Governador do Banco de Portugal defende que Portugal vai viver nos próximos anos com taxas de juro estritamente positivas, mas deixa o alerta. “Os juros não vão voltar aos níveis pré-pandemia, isso não é o nosso desejo”, referiu durante a VII Cimeira do Turismo.
O Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, apresenta o Boletim Económico de outubro de 2021, na sede da instituíção em Lisboa, 06 de outubro de 2021. O Boletim Económico de outubro inclui projeções macroeconómicas para o conjunto do ano e faz uma primeira análise da evolução da economia portuguesa em 2021. TIAGO PETINGA/LUSA
27 Setembro 2024, 11h05

Apesar das taxas de juro estarem atualmente com os valores ambicionados pela economia, as mesmas só vão estabilizar quando ficarem nos 2%. A mensagem foi transmitida por Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal na abertura da ‘VII Cimeira do Turismo Português’ que decorre esta sexta-feira no Palácio Nacional de Mafra.

“O ciclo das taxas de juro tem de ser normalizado. A normalização das taxas de juro acontecerá quando estabilizarem nos 2%. Vamos viver nos próximos anos com taxas de juro estritamente positivas. Os juros não vão voltar aos níveis pré-pandemia, isso não é o nosso desejo”, afirmou.

O Governador destacou a importância do turismo no país, que teve um crescimento significativo e acima da média nos períodos pré-pandemia.

“Portugal tem no turismo um sector importante, mas está longe de ser um país que viva do turismo”, referiu, destacando que o salário médio em 2024 é de 1.021 euros, um aumento de 46% do que em 2015 e mais 39% face a 2019. “Isto compara para com um total da economia mais baixo, que é de 1.394 euros, ou seja 35% face a 2015 e 27% em relação a 2019”, realçou.

Sobre o emprego, Mário Centeno recordou que, em Portugal, este cresceu nos últimos 10 anos em um milhão de postos de trabalho. “Este crescimento tem sido feito com aumentos salariais. Os salários em Portugal aumentaram 85% nos últimos 10 anos. Podemos ambicionar mais porque pela primeira vez Portugal tem as qualificações e estabilidade financeira que necessita para transformar esta ambição em realidade”, sublinhou.

A questão da educação foi também destacada pelo Governador do Banco de Portugal, tendo realçado que no início deste século dois terços dos portugueses entravam no mercado de trabalho com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário.

“Portugal estava no último lugar na lista de qualificações dos seus trabalhadores em 2005. Essa realidade mudou e hoje mais de dois terços dos jovens que entram no mercado de trabalho já têm licenciatura”, referiu.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.