Depois de uma seca prolongada no verão, o trânsito fluvial pesado no rio Reno – um curso de água com 1.233 quilómetros de comprimento que atravessa a Europa de sul para norte e desaguando no mar do Norte depois de nascer nos Alpes, no leste da Suíça – esteve parado durante um mês no final do ano passado.
O impacto da paragem, segundo a Bloomberg, afetou diretamente a indústria alemã e desacelerou o crescimento económico na região ao longo do terceiro e quarto trimestres de 2018. Foi o sinal mais recente de como até mesmo as economias industriais avançadas podem ver-se confrontadas com os efeitos do aquecimento global.
Kevin Kilps, dono de uma embarcação, disse, citado pela reportagem da agência noticiosa, que “os níveis da água estão a diminuir todos os anos”. Para tentar resolver o problema, Kilps acrescentou equipamentos extras de flutuação à embarcação de 150 toneladas, na tentativa de fazer subir a linha de água e conseguir colocar o barco em operação.
Mas os donos dos navios sabem que estão no limite da sua operacionalidade. Se as condições continuarem a degradar-se, é possível que o Reno perca a sua possibilidade de navegação, afetando todas as ligações intra-europeias que se efetuam há milhares de anos e que ligam Suíça, Alemanha e Holanda.
O Reno desagua no Mar do Norte em Roterdão – um dos maiores se não mesmo o maior porto da Europa – o que coloca a ‘estrada’ marítima no topo das prioridades de algumas das maiores indústrias que se encontram nas suas margens. Daimler, Bosch e Bayer são apenas três dos gigantes alemães que têm no Reno uma das suas principais vias de escoamento dos produtos e por isso de alimentação das exportações.
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