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Altice Portugal instala ChatGPT para analisar documentos jurídicos

A dona da Meo fez uma parceria com a tecnológica DXC para dar resposta à necessidade de estar a par de toda a regulação do sector das telecomunicações. Assim, é o sistema de Inteligência Artificial que analisa a informação e a sintetiza a partir de uma base de dados interna.
3 Outubro 2024, 10h00

O ChatGPT entrou no departamento legal da Altice em Portugal. A dona da Meo e a DXC Technology anunciaram esta quinta-feira que assinaram uma parceria de Inteligência Artificial (IA) generativa para ajudar a equipa jurídica da operadora a dar resposta à quantidade de regulação que tem o sector das telecomunicações.

Então, nasceu um projeto – com base na tecnologia da Microsoft e OpenAI – que procura informação dentro de um repositório de documentos controlado (uma base de dados interna e exclusiva da marca), analisa-a e sintetiza-a. Na prática, o sistema vai a um repositório com todos os documentos e respostas ao regulador (Anacom) e, quando surge um novo item, faz sumários, apresenta tópicos com as ações necessárias e prepara respostas com contexto para os especialistas reverem e enviarem.

A solução de IA generativa, que resultou do acordo entre a Altice e a DXC, foi especialmente testada ao nível da sumarização e interação dos diplomas e disposições legais sobre a indústria das comunicações eletrónicas. “Permite que os analistas solicitem sumários do documento, das ações exigidas pelo mesmo, possibilitando uma interação com o documento numa linguagem natural e em estilo de conversação”, referem a telecom e a tecnológica.

O coordenador de assessoria jurídica e regulatória da direção de Regulação, Concorrência e Jurídica da Altice Portugal, o departamento onde foi implementada a solução, mostrou-se surpreendido pela positiva com o assistente conversacional “com valências do ChatGPT” devido à “assertividade das respostas”. “Trata-se de uma ferramenta que poderá vir a permitir aliviar o esforço e acelerar o trabalho realizado pela nossa equipa”, diz o advogado Francisco Xavier Santos, em comunicado enviado à imprensa.

Este ChatGPT para as leis das telecomunicações inclui uma definição que controla os acesso dos utilizadores – têm de ser perfis autorizados para salvaguardar a privacidade da informação – e envolveu formações sobre a ferramenta digital os profissionais da Altice que têm ‘luz verde’ para a utilizar.

“A construção da proof of concept [prova de conceito] rapidamente se transformou numa proof of value [prova de valor], na medida em que nos permitiu identificar os pontos de melhoria para a especificação e desenho de uma solução corporativa para múltiplos contextos, utilizando princípios valorizados pelos utilizadores e balizados pela diversidade de use cases [casos de uso] que temos na organização”, explicou o responsável de arquitetura de TI e dados de referência da Altice Portugal, Júlio César Ribeiro.

Para o responsável de dados e IA da DXC Technology, “foi muito interessante comprovar os conceitos da IA generativa no dia a dia de uma organização como o Meo”. “Foram assegurados os temas de segurança e privacidade de dados. E, acima de tudo, foi fantástico ver como a tecnologia pode ser útil aos analistas jurídicos, aumentando a qualidade do seu trabalho e tornando-os mais produtivos e realizados”, contou Nuno Moura Pinheiro, no mesmo documento.

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