Portugal está pronto para iniciar um ciclo de crescimento robusto e, para tal, é necessário captar investimento, defende o ministro da Economia. O foco deve estar colocado nas questões fiscais, de licenciamento, energéticas e de recursos humanos, explicou, ao mesmo tempo que sublinhou a necessidade de dar mais condições às empresas para crescerem, internacionalizarem-se e ganharem quota.
“É fundamental conseguirmos chegar a um ponto em que seja claro para um investidor a nossa proposta de valor. Na prática, isso quer dizer fiscalidade, licenciamento, abastecimento energético e retenção de talento”, afirmou o ministro da Economia, Pedro Reis, no encerramento da conferência de aniversário do JE, esta quarta-feira.
O governante não deixou de comentar o processo orçamental, lamentando a perceção dada a potenciais investidores estrangeiros de um impasse meramente em torno de uma redução de um ponto percentual no IRC, por exemplo. Ainda assim, quanto à proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) que será apresentada esta quinta-feira, o ministro projetou um documento que “responde a esse desafio” de captar investimento.
“É só dar condições às empresas para investir e ao sector privado para respirar”, resumiu, falando num documento que confere melhor gestão dos recursos públicos e menos entraves para o tecido produtivo.
Simultaneamente, são precisas “mais visitas oficiais, mais missões direcionadas ao exterior, o reforço das redes da AICEP” para conseguir uma dinâmica mais sólida de investimento. As áreas chave, de resto, estão identificadas: o cluster verde, onde o ministro inclui “tudo aquilo que está relacionado com descarbonização”; o cluster azul, com a economia do mar; a defesa, pela necessidade europeia de reforçar este sector; os centros de serviços partilhados e data centers; e, finalmente, o sector da hotelaria e imobiliário.
“O caminho é o da qualificação e está a ser feito; da construção de novos destinos e está a ser feito; da captação de riqueza e luta pela qualidade”, até porque a qualidade garante mais resistência aos choques negativos, lembrou.
Revisitando algumas medidas aprovadas recentemente, como o regime de incentivos para grandes projetos para descarbonização da indústria, Pedro Reis defendeu que o país está a dar “um sinal de que estamos com uma agenda pró-crescimento e pró-produtividade”, o que se torna “determinante no posicionamento da nossa economia numa altura em que o investimento está a pensar onde vai pousar”.
“Há uma confiança no trabalho que se está a fazer em Portugal e uma predisposição para investir em Portugal”, garante, pelo que a expectativa é que o país esteja “frente a nove anos de crescimento”.
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