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Moçambique: África do Sul felicita Daniel Chapo

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, felicitou Daniel Chapo como “presidente eleito” de Moçambique e mostrou preocupação com a violência pós-eleitoral em todo o país.
27 Outubro 2024, 16h43

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, felicitou Daniel Chapo como “presidente eleito” de Moçambique, com base nos resultados nos resultados preliminares, e mostrou preocupação com a violência pós-eleitoral em todo o país.

“Com base nos resultados preliminares, o presidente Ramaphosa apresenta as suas calorosas felicitações ao Presidente eleito Daniel Chapo e ao seu partido, a Frelimo. O Presidente Ramaphosa elogia o povo de Moçambique pela sua participação ativa e entusiástica nas eleições”, lê-se numa declaração emitida este domingo pela presidência sul-africana.

“Da mesma forma, o presidente Ramaphosa aplaude a CNE pela forma profissional como conduziu as eleições. O Presidente observa que estas eleições são históricas, uma vez que foram realizadas 32 anos após a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), que pôs fim à guerra civil e introduziu a democracia multipartidária em Moçambique”, recorda ainda.

Contudo, na declaração da presidência sul-africana é referido que Ramaphosa manifesta também “preocupação com a violência pós-eleitoral em curso e com as mortes dos senhores Elvino Dias e Paulo Guambe [apoiantes do candidato Venâncio Mondlane] e de outras pessoas que perderam a vida”, pedindo a “aplicação” da lei e que os “perpetradores” sejam levadas à justiça.

“O presidente Ramaphosa apela à calma e à moderação e insta todas as partes insatisfeitas a esgotarem os recursos legais estabelecidos para resolver as suas queixas eleitorais”, conclui a declaração, que sublinha que o chefe de Estado “continua empenhado em reforçar as relações históricas e fraternas” entre os dois países, “bem como na consolidação da paz e da segurança”.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou na quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo (partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 09 de outubro, com 70,67% dos votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirma não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

A FRELIMO reforçou ainda a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados (em 250), e elegeu todos os 10 governadores provinciais do país.

Além de Mondlane, o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, atual maior partido da oposição), Ossufo Momade, um dos quatro candidatos presidenciais, disse que não reconhece os resultados eleitorais anunciados pela CNE e pediu a anulação da votação.

Na quinta-feira, o candidato presidencial Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), recusou igualmente os resultados, considerando que foram “forjados na secretaria”, e prometeu uma “ação política e jurídica” para repor a “vontade popular”.

O anúncio dos resultados pela CNE voltou a desencadear violentos protestos e confrontos com a polícia em Moçambique, sobretudo em Maputo, por parte de manifestantes pró-Venâncio Mondlane.

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