Governo chinês ordenou empresas chinesas do sector automóvel a travarem investimentos nos países europeus que votaram a favor das tarifas alfandegárias, e a serem prudentes nos países que se abstiveram como no caso de Portugal.
O Governo chinês deu ordens às suas produtores automóveis a travarem investimentos nos países europeus que apoiaram as tarifas contra os carros elétricos, revela hoje a “Reuters”.
As tarifas foram aprovadas com os votos de 10 países, incluindo França, Polónia e Itália, com cinco membros contra, incluindo a Alemanha, e 12 abstenções, onde se inclui Portugal.
Para Portugal não está previsto nenhum investimento de marcas automóveis chinesas. O único grande investimento em curso é a fábrica de baterias para carros elétricos da CALB em Sines, num investimento previsto de dois mil milhões de euros.
O ministério do Comércio disse a marcas como a BYD, SAIC e Geely, numa reunião a 10 de outubro, que deviam pausar os seus planos de grande investimento como fábricas nos países que apoiaram a proposta.
No encontro participaram vários produtores estrangeiros.
Por outro lado, os participantes no encontro foram aconselhados a serem prudentes sobre os seus investimentos em países que se abstiveram (o caso de Portugal) e foram “encorajados” a investir nos países que votaram contra as tarifas.
Apesar de terem votado a favor das tarifas, tanto Itália como França estão entre os países que têm cortejado o investimento automóvel chinês.
A SAIC está no processo de escolher um país europeu para instalar uma fábrica de carros elétricos. É o segundo maior exportador chinês de elétricos, vendendo automóveis da marca MG. E também planeia abrir uma segunda fábrica só de peças para os seus automóveis.
Já o Governo italiano tem estado em conversações com a Chery, o maior exportador de elétricos chinês, e com outras marcas, incluindo a Dongfeng Motor.
Por seu turno, a BYD planeia abrir uma fábrica na Hungria que votou contra as tarifas. E também estuda mudar a sua sede europeia dos Países Baixos para a Hungria.
O ministério chinês também aconselhou as empresas a trabalharem em conjunto nas negociações com os governos europeus, devendo evitar conversações isoladamente.
A montagem de fábricas chinesas na Europa requer grandes somas de investimento e um conhecimento profundo das leis e cultura local.