O efeito dos juros elevados do Banco Central Europeu (BCE) nas contas dos bancos começa a evaporar-se, perante um novo ciclo de descida das taxas que arrancou no verão. O setor precisa agora de encontrar alternativas de rendibilidade para compensar este movimento e isto pode passar por olhar para a banca as a service. Além de ser necessário um aumento do volume de negócios, nomeadamente através da concessão de mais crédito, os especialistas ouvidos pelo Jornal Económico, defendem que é preciso apostar em parcerias com empresas não financeiras que podem incluir a disponibilização da infraestrutura bancária a estas entidades para que consigam fornecer serviços financeiros aos clientes.
Os lucros dos maiores bancos nacionais rondaram os 2,6 mil milhões de euros nos primeiros seis meses, suportados, sobretudo, na margem financeira que cresceu, no conjunto das cinco instituições financeiras, 12,6% para 4,8 mil milhões de euros. Uma tendência que começa a perder força, visível já nos resultados que as maiores instituições financeiras estão a apresentar no terceiro trimestre. “É provável que a ‘normalização’ do ciclo económico se reflita numa menor rendibilidade do setor, tal como num menor custo do capital, que é o importante referencial para comparar a rendibilidade”, refere fonte oficial da Associação Portuguesa de Bancos (APB).
Marcos Cardeira, banking director da NTT Data Portugal, diz que a “descida dos juros é motivo de celebração para os consumidores de crédito à habitação, mas é motivo de apreensão para o setor bancário, pois afetará a margem financeira, principal contribuinte para o significativo aumento do produto bancário nos últimos três anos”, salientando que “esta redução dificilmente será compensada pelo aumento da margem complementar, pois a opção de aumento das comissões está praticamente esgotada”.
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