O anúncio de Miguel Pinto Luz sobre suspensão dos voos entre a uma e as cinco da manhã parece não ter descansado completamente aqueles que defendem que a capital não deve ter voos noturnos. A plataforma “Aeroporto Fora, Lisboa Melhora” considera que a medida “vem reconhecer o sofrimento imposto pelo ruído e pela poluição a 388 mil pessoas, mas tem dúvidas sobre o seu impacto”.
A plataforma reconhece que o anúncio “tem implícito um reconhecimento dos impactos negativos que os voos noturnos impõem a largas dezenas de milhares de pessoas que moram perto do Aeroporto Humberto Delgado ou dos cones de aproximação”, mas admite ter “dúvidas sobre o real impacto desta medida na saúde e bem-estar das pessoas”.
Perante dados recolhidos na noite de quinta para sexta-feira, a plataforma adianta que passaram 46 voos pelo aeroporto da Portela no período definido pela lei do ruído – 23h00 até às 7h00 – e que, tendo em conta o anúncio do ministro, apenas um seria afetado pelas regras.
“Não é claro se a proibição é total, ou se apenas para os voos programados. Ou seja, fica por esclarecer o que acontece se um voo se atrasar na partida do aeroporto de origem e a sua aterragem passar a estar prevista para o período entre a 1h00 e as 5h00: será permitido ou realmente proibido?”, questiona a plataforma.
A associação diz ainda que “não é claro quando entrará a medida em vigor, nem que consequências terá para os voos diurnos, já que o Governo não alterou a sua intenção de passar de 38 para 45 movimentos por hora no Aeroporto Humberto Delgado”.
Além disso, a plataforma Aeroporto Fora, Lisboa Melhora afirma não ser “claro como é que esta proibição de voos se articula com as violações sucessivas do regime de exceção que incide no horário meia-noite às 6 horas”. “É agora que este regime vai ser cumprido ou vão concentrar voos nos horários ‘marginais’ nos períodos 0h-1h e 5h-6h?”, questiona.
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