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Médio Oriente: FINUL saúda trégua no Líbano e disponibiliza-se para cooperar

A trégua de 60 dias entrou em vigor às 04:00 de hoje locais (02:00 em Lisboa), após mais de um ano de combates entre o grupo pró-iraniano e Israel, que causou milhares de mortos.
Líbano
REUTERS/ Mohamed Azakir
27 Novembro 2024, 19h02

A força de paz das Nações Unidas no Líbano (FINUL) saudou hoje o acordo de tréguas entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah e “o novo compromisso” com a resolução da ONU que travou a guerra em 2006.

“A FINUL saúda o anúncio de uma cessação das hostilidades e o novo compromisso com a resolução 1701 do Conselho de Segurança como um caminho para a paz”, segundo um comunicado de imprensa divulgado.

A força disponibilizou-se para cooperar com “todos os parceiros relevantes para fazer a cessação das hostilidades funcionar”, acrescentando ter já começado a “ajustar” as operações à “nova situação”.

Por causa dos civis, os capacetes azuis exortaram “todos os atores a implementar plenamente a resolução 1701, tanto na letra quanto no espírito”, segundo a mesma fonte.

Adotada em agosto de 2006, a resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas marcou o fim a uma guerra de 34 dias entre Israel e o Hezbollah, estipulando que apenas as forças de manutenção da paz da ONU e o exército libanês podem ser destacados para o sul do Líbano.

A trégua de 60 dias entrou em vigor às 04:00 de hoje locais (02:00 em Lisboa), após mais de um ano de combates entre o grupo pró-iraniano e Israel, que causou milhares de mortos.

O acordo prevê uma retirada gradual do Hezbollah e das tropas israelitas do sul e o envio do exército libanês para a fronteira.

Ao abrigo do acordo, os membros do Hezbollah devem retirar-se para norte do rio Litani e os Estados Unidos e a França, mediadores deste acordo, trabalharão para que até 10.000 soldados libaneses sejam destacados para o sul do país “o mais rapidamente possível”, segundo o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati.

Após quase um ano de trocas de tiros ao longo das regiões transfronteiriças entre os dois países desde 08 de outubro de 2023, um dia depois de o grupo islamita palestiniano Hamas ter atacado o sul de Israel, as forças israelitas deslocaram em setembro passado o foco das suas operações da Faixa de Gaza para o Líbano.

Segundo o Ministério da Saúde Publica libanês, mais de 3,7 mil pessoas morreram no país desde outubro de 2023, a maioria nos últimos dois meses, e acima de 1,2 milhões de habitantes estão deslocados.

Do lado israelita, 82 militares e 47 civis foram mortos em quase 14 meses de hostilidades.

O Hezbollah começou a bombardear Israel a partir do sul do Líbano para apoiar o grupo extremista palestiniano Hamas, que atacou território israelita em 07 outubro de 2023 e enfrenta, desde então, uma ofensiva israelita em Gaza.

Em setembro, Israel intensificou o bombardeamento do Líbano, a que se seguiu uma invasão do sul do país vizinho.

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