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Médio Oriente: Hamas saúda acusação a Israel de genocídio na Faixa de Gaza

“O relatório (…) confirma que o inimigo está a cometer deliberadamente genocídio contra os palestinianos”, disse o Hamas num comunicado citado pela agência espanhola Europa Press.
Israel
Lusa
5 Dezembro 2024, 15h56

O grupo islamita palestiniano Hamas aplaudiu o relatório divulgado hoje pela organização não-governamental Amnistia Internacional (AI) que acusa Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza.

“O relatório (…) confirma que o inimigo está a cometer deliberadamente genocídio contra os palestinianos”, disse o Hamas num comunicado citado pela agência espanhola Europa Press.

Para o Hamas, trata-se de “uma nova mensagem para a comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas e as suas instituições, sobre a necessidade de agir para pôr fim ao genocídio e ultrapassar” o que descreveu como “vergonhosa inação”.

A organização extremista que governa Gaza desde 2007 também destacou que a AI se refere ao “envolvimento dos Estados Unidos e de outros países no genocídio”, afirmando tratar-se de uma confirmação do que tem alegado.

O Hamas apelou aos países em causa para que “revejam imediatamente as suas políticas tendenciosas a favor dos criminosos de guerra”, segundo o diário Filastin, ligado ao grupo islamita.

A AI afirma no relatório de 300 páginas que Israel tem estado a “cometer genocídio” contra os palestinianos desde que iniciou a ofensiva na Faixa de Gaza como resposta ao ataque que sofreu do Hamas em a 07 de outubro de 2023.

“Mês após mês, Israel tem tratado os palestinianos de Gaza como um grupo de sub-humanos, indignos de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade, demonstrando a sua intenção de os destruir fisicamente”, afirmou a secretária-geral da organização, Agnès Callamard.

A AI denunciou também a existência de crimes perpetrados pelo Hamas e anunciou que vai divulgar em breve um relatório sobre a ação do movimento islamita que considera criminosa.

A Autoridade Nacional Palestiniana saudou igualmente o documento da Amnistia Internacional, que descreveu como “uma organização mundial credível”, enquanto Israel considerou tratar-se de “um relatório fabricado que é totalmente falso e baseado em mentiras”.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

A resposta israelita provocou mais de 44.500 mortos em Gaza, segundo o Hamas, e alastrou-se ao Líbano, onde foi negociada no final de novembro uma trégua de 60 dias com o grupo xiita libanês Hezbollah depois de mais de 4.000 mortos.

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