O Juntos Pelo Povo (JPP) vai votar contra a proposta de Orçamento Regional da Madeira, para 2025, num debate que se inicia na Assembleia Legislativa da Madeira esta segunda-feira e se prolonga até 12 de dezembro. A força partidária teme que a proposta de Orçamento, do executivo madeirense, pode fazer com que a Região “fique à beira” de uma nova bancarrota.
“A Comissão Política Nacional do JPP, que representa todos os seus militantes, decidiu, por unanimidade, rejeitar a proposta de Orçamento de 2025”, foi assim que a força partidária anunciou o seu ‘não’ à proposta de Orçamento Regional, apresentado pelo Governo Regional da Madeira.
A força partidária referiu que uma “análise cuidada” do Orçamento e das contas “mostra infelizmente, que com este caminho de despesismo do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, esbanjamento e distribuição de subsídios a torto e a direito”, a Região Autónoma “pode estar à beira” de uma nova bancarrota. “E nesse caso, nem três Orçamentos, salvarão as contas públicas, e como sempre, serão os madeirenses e o Povo a pagar a fatura”, disse o partido.
“Com verdade e responsabilidade, temos de fazer esse alerta”, referiu o JPP.
“Com este Orçamento, continua a pouca-vergonha do costume, o compadrio, as transferências de dinheiro do Povo para os amigos do partido e para alimentar os monopólios; os milhões de euros em nomeações políticas de arguidos e de clientelas; dinheiro de fundos comunitários para cooperativas de ex-secretários; nem um tostão do Orçamento para a habitação a preços reduzidos, e atenção com a despesa fora de controlo e a dívida a crescer a olhos vistos”, afirmou a força partidária.
O JPP quis também esclarecer e “impedir que a mentira” de Albuquerque se espalhe: “ao contrário do que tem sido dito, nós nunca recusamos reunir para falar sobre este Orçamento. Quem rejeitou sentar-se, com humildade e responsabilidade, à mesa com os representantes do Povo (tal como outros líderes o fizeram, António Costa, Luís Montenegro e José Manuel Bolieiro, nos Açores), foi o próprio Albuquerque. Essa é a verdade”, reforçou a força partidária.
O partido considerou que Albuquerque “esteve com medo de enfrentar a verdade, e a realidade, com sentido de Estado e de compromisso, tal como nós sempre tivemos”.
A força partidária salientou com “toda a frontalidade e honestidade”, que o cenário sem o Orçamento “não é o ideal, é óbvio, mas também não é a catástrofe e a desgraça que Albuquerque anda a semear”.
O JPP lembrou que este ano “por decisão” de Albuquerque, a Região esteve quase oito meses sem Orçamento, “e a economia regional continuou a crescer. Depois vieram os retroativos nos salários dos funcionários públicos, nas pensões e até no IRS”.
A força partidária acrescentou que Albuquerque e metade do seu Governo (suspeitos de crimes de corrupção) “tornou-se um “mestre da chantagem”, lançando o terror sobre as empresas, os funcionários do sector público e privado, sobre os reformados e as instituições de solidariedade social”.
O JPP considerou que “da boca de quem está agarrado à imunidade a culpa será sempre dos outros”, sublinhando que os suspeitos de corrupção e de compadrio “não estão no JPP e na sua liderança. Estão dentro do Governo e no PSD”.
O partido questionou perante uma “clara e inequívoca falta de confiança, de credibilidade, de rigor e transparência nas contas, se os madeirenses querem deixar 2.600 milhões de euros nas mãos de Albuquerque e de Rogério Gouveia?”
A força partidária entendeu que é “necessário parar para acertar o passo”, sublinhando que “parar não significa que a vida social, económica e cultural vai estagnar”.
O JPP considerou urgente fazer uma “verdadeira limpeza de toda esta situação, e trazer uma nova esperança”, com medidas para “reduzir o custo de vida, para baixar o preço da luz e do gás, dos bens de supermercado, colocar um Ferry para passageiros e mercadorias, um subsídio de insularidade para todos os trabalhadores do público e do privado, mais habitação para jovens e classe média e um reforço do complemento de reforma”.
A força partidária diz que o seu “não” serve para “acautelar, com a responsabilidade e com verdade, e em bom rigor as contas públicas”.
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