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Rosália Teixeira: dona da Porto Editora entre educação e leitura

Rosália Teixeira detém 65% do capital do grupo Porto Editora, podendo ser considerada ‘a dona’, mesmo com os seus três filhos à frente dos negócios. Apesar da avançada idade (já tem 91 anos), continuará a frequentar o seu escritório e a ter reuniões com os seus autores.
Rosália Teixeira
12 Dezembro 2024, 07h00

A Porto Editora é atualmente liderada pelos três descendentes de Rosália Teixeira e Vasco Teixeira, mas o grupo editorial continua a ser presidido pela gestora de 91 anos. Por isso, podemos afirmar que Rosália Teixeira, mulher que esteve ligada à educação durante vários anos, é a dona da Porto Editora, sendo ainda ativa nos negócios.

No ranking das mulheres portuguesas mais poderosas dos negócios da revista Forbes Portugal, Rosália Teixeira surge em primeiro lugar na categoria de Educação e Ciência, com um total de 70 pontos. Ainda assim, a gestora não entra na lista das 10 mulheres mais poderosas em Portugal.

O ano passado ficou em 17º lugar no ranking geral da Forbes Portugal.

Segundo a publicação do grupo Media9, além de Rosália Teixeira, o conselho de administração da Porto Editora (e gestão do grupo) é composto pelos filhos Vasco, Graciete e José. Todos os descendentes e herdeiros ocupam lugares cimeiros em algumas empresas do grupo.

Um trabalho da Notícias Magazine, datado de 2019, indicava que os quatro são os administradores do grupo, com Vasco a desempenhar funções de diretor-geral editorial, José a trabalhar na área financeira e comercial e Graciete a supervisionar os dicionários.

Nesta altura, Rosália Teixeira mantinha um papel ativo na empresa (algo que se pressupõe até hoje, uma vez que a família gestora é bastante reservada), estando focada nos processos de produção e no relacionamento com os autores.

Rosália Teixeira licenciou-se em Química e lidera o negócio criado pelo marido Vasco Teixeira, em 1944, desde a sua morte, em 1987. O seu marido foi pedagogo e professor universitário e fundou a Porto Editora com o intuito de ser uma editora de livros escolares e dicionários de grande qualidade, já sendo mais que as ambições do seu fundador.

A empresa nasceu do interesse do casal com outros 20 sócios com interesses na área da educação. Em 1950, seis anos após a sua criação, já se consolidava no segmento dos livros escolares, posição que ocupa até aos dias de hoje.

Mas a Porto Editora passou de uma pequena empresa familiar, cuja primeira livraria abriu na Rua da Fábrica, no Porto, e se expandiu para um grupo à série e de fazer inveja. No fundo, quando se pensam em livros em Portugal, a Porto Editora surge sempre na ideia, mesmo que o nome Rosália Teixeira não seja mencionado. Hoje, detém o título de maior editora portuguesa e soma uma faturação anual superior a 100 milhões, que se vai distribuindo pelos segmentos.

Todas as participações familiares no grupo Porto Editoral estão concentradas na holding Urgabesta, onde Rosália Teixeira detém 65% do capital e o restante está distribuído pelos três filhos e por ações próprias.

Assim, aqui entram as contas da revista, que colocam Rosália Teixeira na lista das empresárias portuguesas mais ricas, cuja fortuna anda ente os 345 milhões e 440 milhões de euros.

Mas a Porto Editora é mais que apenas a Porto Editora. É hoje um grupo, depois das várias aquisições feitas ao longo dos anos. No início do século adquiriu a Areal Editores (2001) e a Lisboa Editora (hoje Raiz Editora, em 2002), duas concorrentes. No entanto, não existiu fusão entre as três empresas e ao dia de hoje ainda editam livros sob as marcas.

Em 2010 comprou o grupo Bertrand, de forma a aumentar o leque de obras, quota de mercado e expandir a rede de lojas. O portefólio do grupo controlado por Rosália Teixeira engloba então as edições Bertrand, Quetzal, Pergaminho, Temas e Debates, Arte Plural, Contraponto, GestãoPlus, 11/17, Wook, Moçambique, Assírio e a Círculo de Leitores. Nesse mesmo ano adquiriu a Sextante Editora para ajudar a expandir a área literária.

Com a vertente lusofonia presente, a Porto Editora também investe em Angola (2005) e Moçambique (2002), tendo criado a Plural Editores Angola e a Plural Editores Moçambique. Por sua vez, em janeiro de 2015, o grupo adquiriu a chancela da Livros do Brasil, após um ano de colaboração para a edição e distribuição das duas editores. Um ano antes tinha iniciado atividade em Timor-Leste.

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