Os consumidores globais voltaram a comprar em barda e fizeram disparar o valor dos gastos até aos 1,2 biliões de dólares só em compras online no ano passado. Os dados foram recolhidos pela Salesforce e divulgados em altura de balanço de 2024.
Os dados mostram que o Natal correu “melhor do que o esperado e previsto” pelo mercado, tendo esta época sido impulsionada por um crescimento significativo nas compras mobile e redes sociais. Foi também nesta altura de fim de ano que os consumidores aumentaram os seus gastos, depois de vários meses de poupança na primeira metade do ano.
Contudo, as trocas e devoluções pesa na análise da Salesforce. Segundo a tecnológica, os consumidores já procederam à devolução de 122 mil milhões de dólares em produtos. Este é um valor que já pesa na estratégia dos grandes retalhistas para o presente ano.
“As marcas de retalho tiveram uma época festiva robusta, mas um aumento de 28% na taxa de devoluções em comparação com o ano passado, o que é motivo de alguma preocupação”, explica Caila Schwartz, diretora de Consumer Insights da Salesforce.
Ainda assim, os dados mostram à Salesforce um aumento da utilização de Inteligência Artificial (IA) e de agentes, pelas duas partes, ou seja, tanto pelos consumidores como pelas marcas. O objetivo da utilização da IA por parte das marcas é melhorar a experiência de compras com a recomendação de produtos e apoio personalizado às encomendas.
De facto, o uso da Inteligência Artificial mostrou-se tão útil que influenciou compras na ordem dos 229 mil milhões de dólares de todas as encomendas feitas online, o que representa 19% do total. Trata-se então de um aumento de 6% em relação aos dados recolhidos no ano anterior.
Os retalhistas continuaram então a apoiar-se nos recursos de IA generativa, tendo estes visto um aumento de 25% durante a época festiva, quando em comparação com os meses anteriores de setembro e outubro do mesmo ano. Por sua vez, os compradores utilizaram 42% mais o chat com IA e agentes para atendimento ao cliente que em igual período de 2023.
“Os retalhistas que adotaram a IA e os agentes já estão a ver os benefícios, mas estas ferramentas serão ainda mais críticas no novo ano, à medida que as marcas tentam minimizar as perdas de receitas nas devoluções e voltar a interagir com os compradores”, sustenta a mesma responsável de Consumer Insights.
Outro destaque do estudo vai para uma maior estratégia das marcas nas redes sociais, por forma a impulsionar o uso do e-commerce. Exemplo disso é que as marcas obtiveram 20% das vendas globais, especialmente de fim de ano, através de plataformas como TikTok Shop e Instagram.
As redes sociais viram um incremento de 8% no tráfego, com cerca de 14% de todo o tráfego a ser direcionado para sites de e-commerce durante a época festiva do Natal. Por conta disso, a percentagem de encomendas efetuadas cresceu para muito perto de 70%, acima dos 67% que tinha registado em 2023.
Também os pedidos por mobile atingiram o seu nível mais elevado no dia de Natal, representando 79% de todos os pedidos efetuados no período e acima dos 77% verificados no ano anterior. Dados mais concretos dizem mesmo que 842 mil milhões de dólares em vendas globais foram iniciadas por dispositivos móveis. Só os consumidores norte-americanos procederam a encomendas no valor de 195 mil milhões de dólares através do mobile.
Os últimos dados, focados na Black Friday, dão conta que os consumidores norte-americanos gastaram 10,8 mil milhões em compras online. Só em Portugal, dados recolhidos pela SIBS, através do MB Way, mostram um aumento das compras através de meios digitais na ordem dos 67%, crescimento também acompanhado pelo valor gasto.
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