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Açores preparam-se para possíveis deportações dos EUA

Governo Regional dos Açores antecipa deportações de centenas de açorianos dos EUA e avisa que é preciso reforçar os apoios financeiros na região.
20 Janeiro 2025, 15h23

O Governo Regional dos Açores está a preparar um plano de contingência para a eventualidade de centenas de açorianos serem deportados dos Estados Unidos da América (EUA), tendo em conta as políticas anunciadas por Donald Trump, revela esta segunda-feira o jornal Público.

A ideia não é ser “alarmista”, mas apenas “previdente”, explica ao jornal o secretário dos Assuntos Parlamentares e Comunidades do Governo Regional, Paulo Estêvão. O objetivo do plano passa por garantir a estes cidadãos respostas ao nível da habitação, mercado de trabalho e formação.

“Há um programa e medidas anunciadas [pela administração Trump]. Se forem implementadas, vão ter consequências. Temos de preparar um cenário para responder a um aumento do regresso de emigrantes”, explicou o governante, adiantando esperar ter o contributo dos vários partidos e evitar a “polarização” sobre o assunto. Ainda de acordo com o secretário dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, “um plano de contingência tem de apresentar respostas, seja face à capacidade instalada, seja quanto à necessidade de reforços”.

Enquanto o plano de contingência é desenhado, o Governo Regional elaborou um relatório interno no qual faz uma antecipação daquilo que se espera que aconteça durante o segundo mandato de Donald Trump: deportações em massa, a utilização das forças armadas para a fiscalização e rusgas nos locais de trabalho, o fim da cidadania por nascença e o reforço do controlo fronteiriço.

Se as ambições de Donald Trump se concretizarem, o regresso de centenas de açorianos vai representar um desafio acrescido para a região,  um cenário que leva o executivo açoriano a alertar para a necessidade de reforçar financeiramente o apoio nos Açores, através da Segurança Social e das Instituições Particulares de Solidariedade Social.

No sábado passado, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, admitiu à agência Lusa um ligeiro aumento do número de deportações, mas disse não esperar, para já, deportações em massa de portugueses indocumentados nos EUA. A situação, frisou, está a ser monitorizada com “muita atenção e  cautela”.

“Esta é uma questão que vai ser avaliada de acordo com a evolução dos acontecimentos. Nós temos sempre planos para atender, para acompanhar os portugueses que estão em situações mais débeis, mais frágeis e, portanto, se for caso disso, utilizaremos naturalmente esses mecanismos, utilizaremos esses meios”, disse o governante. De acordo com José Cesário, Portugal recebe anualmente cerca de 300 cidadãos deportados, que são integrados no continente, na Madeira ou nos Açores “com naturalidade”.

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