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Falta de mão de obra na construção causa aumento dos preços

Este setor tem enfrentado uma crise de mão de obra, havendo uma incapacidade crescente do mercado para responder à procura, com um impacto sobre os preços praticados no setor, segundo mostram os dados da plataforma Fixando.
construção
21 Janeiro 2025, 11h14

A plataforma Fixando, plataforma de contratação de serviços, tem enfrentado uma escassez no setor da construção e remodelação, com 80% dos pedidos para alguns serviços dentro desta área a ficarem sem resposta em 2024.

Este setor tem enfrentado uma crise de mão de obra, havendo uma incapacidade crescente do mercado para responder à procura, com um impacto sobre os preços praticados no setor, segundo mostram os dados da plataforma.

Entre os serviços que mais afetados destacam-se os de instalação ou substituição de calhas e toldos, com 79% dos pedidos a ficarem sem resposta no ano passado, os serviços de restauro de móveis, não foi capaz de dar resposta a 74% e os de soldadura a 70% dos pedidos.

A reparação de porta de madeira, a carpintaria geral, reparação de janelas, reparação de fechaduras, instalação de portas e a reparação de portão de garagem são outro dos serviços que ocupam o top de serviços com menor taxa de resposta em 2024.

Esta escassez tem implicado um aumento nos preços, tendo os serviços de instalação de toldos subido cerca de 72%, passado a ter um custo de 194,08 euros e o restauro de móveis apresentou um acréscimo de 45%, para 155,22 euros.

O interior do país é onde se regista a maior escassez de mão de obra, com Bragança a liderar o número de pedidos sem resposta, seguida de Portalegre, Vila Real, Castelo Branco, Évora e Beja.

Já Lisboa, Setúbal e Porto é onde se regista a taxa mais equilibrada de pedidos sem resposta, com o Porto a registar 33%, Setúbal com 32% e Lisboa com 28%.

Miguel Mascarenhas, CEO da Fixando, afirma que “estes números mostram que as zonas metropolitanas, devido à sua maior oferta de oportunidades e formação, têm conseguido manter melhores níveis de resposta, ao contrário do que se verifica no interior do país, onde a falta de mão de obra é mais acentuada”

“É crucial implementar programas de formação para jovens e desempregados em áreas técnicas, como carpintaria, serralharia e soldadura. Só assim será possível colmatar as falhas que o sector apresenta atualmente”, salienta o CEO.

Já são várias as empresas deste setor que se queixam desta realidade, sendo a falta de mão de obra considerado o maior entrave ao crescimento do setor.

Miguel Mascarenhas reflete que é importante criar “condições para que os profissionais se sintam motivados a trabalhar e a viver em regiões menos populosas. Só assim será possível reduzir a disparidade entre os grandes centros urbanos e as áreas rurais”.

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