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Multilem renasceu das cinzas e já está em vários cantos do mundo

Uma empresa 100% portuguesa com 38 anos de idade sobreviveu à pandemia e não parou desde então. A Multilem tem ADN português, rompeu fronteiras e não parece querer ficar por aqui. Ao Jornal Económico, Luís Matos Chaves, diretor-geral da Multilem Europa, admite que a agência tem “vantagem competitiva” por perceber como as marcas se querem posicionar.
Multilem
Luís Matos Chaves, diretor Multilem
29 Janeiro 2025, 18h43

Uma empresa que ataca em várias frentes é a descrição mais certeira para a Multilem, mas a empresa com base na Azambuja gosta de se descrever como uma agência que trata de ativações e experiência de marca. E o que isto significa? “Construímos os stands para feiras, eventos, festivais e pop-up stores para empresas. Somos uma empresa que pode ajudar as marcas a expressarem-se de forma real com a implementação física”, diz Luís Matos Chaves, diretor-geral da Multilem Europa, ao Jornal Económico (JE).

De forma simples, e como nos conta o diretor-geral, “não somos uma agência de publicidade, somos uma agência que implementa experiências de marca, seja em feiras ou eventos”. E uma das maiores curiosidades é que os escritórios da Multilem assim o possibilitam, com a agência a ter uma base de carpintaria para fazer os stands das marcas com que trabalham e daquelas que os procuram.

E como se faz a ativação de marca? “Juntamos a parte criativa, gestão de projetos, conteúdos, tecnologia com a parte de produção e implementação. Acabamos por ter duas vertentes dentro de casa e é um fator diferenciador mesmo fora de Portugal”.

A Multilem nasceu há 38 anos em Portugal, distingue-se por ser 100% portuguesa e atualmente está um pouco em todo o mundo. A abertura de escritórios fora das fronteiras nacionais aconteceu em 2009 com a expansão para Angola, segundo nos conta Luís Matos Chaves, e desde então que já tem oito escritórios no mundo inteiro, entre os quais se encontram Dubai, Arábia Saudita, Espanha, Reino Unido, Miami e Brasil.

Um dos maiores clientes da Multilem é a Turismo de Portugal. “Fazemos todas as feiras do Turismo de Portugal. Fazemos o projeto criativo e depois a implementação das feiras no mundo inteiro. Por exemplo, já trabalhámos com a Turismo de Portugal no Japão, Estados Unidos, Europa…”.

Embora tenha vários escritórios espalhados pelo mundo, o diretor-geral garante não existirem fronteiras para o trabalho desenvolvido pela agência e aponta-se mesmo como “global”. “Podemos ter clientes em qualquer parte do mundo e fazemos os projetos, literalmente, em qualquer lado”, sublinha o diretor-geral.

Uma das vantagens da Multilem, acrescenta o responsável, é fazer por conhecer os clientes com que trabalham, o que lhes acrescenta “uma vantagem competitiva” por conseguirem “perceber a linguagem da marca e como se expressa no mercado”.

Outro grande cliente da portuguesa Multilem é a Apex, a agência brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Apesar de toda a promoção em território brasileiro ser feito com outra agência, em todos os outros cantos do mundo é feito pela Multilem, tanto que construíram o palco da Apex Brasil na Web Summit.

Uma das vantagens desta agência é conseguirem “proporcionar uma experiência dentro dos stands, a pedido das marcas”. Um dos muitos pedidos que chega é a criação de ambientes naturais, em que existe vegetação e sons da natureza.

“O mercado está a evoluir muito para esta personalização de conceitos em que as pessoas sentem, de facto, uma experiência única quando vão a estes projetos”, evidencia o responsável.

Luís Matos Chaves garante que os clientes não querem apenas saber de como a sua marca se posiciona, mas também do retorno que existe e se o investimento foi bem aplicado, especialmente através da parte da notoriedade. O responsável admite que já utilizam tecnologia em alguns clientes – mediante os budgets existentes – e que “os Estados Unidos estão muito à frente nesse aspeto, porque são obcecados em medir performance”. E como se faz a medição, questionamos. “Temos várias ativações, e medimos o tempo que as pessoas ficam naquela parte do stand e qual o nível de engagement. Já não interessa apenas quantos visitantes tiveram”, remata na conversa.

“Acho que é preciso antecipar estas necessidades e inovação constante. Este mercado nunca está parado”, confessa o diretor da Multilem para a Europa.

O maior desafio é movimentar equipas para os locais da ativação e fazer a montagem de todos os equipamentos, às vezes em curtos espaços de tempo. Independentemente do local final do evento, “sai tudo preparado de Lisboa. Até o parafuso é contabilizado para se antecipar os problemas que podem surgir. O planeamento resolve 98% dos problemas e essa é uma máxima que utilizamos aqui dentro”.

A Multilem também dá a entender que não recua perante um desafio, mesmo que este pareça impossível. E quando o poderá ser, a marca não deixa. Conta-nos, entre lembranças, que tiveram de fazer uma ativação para a Arábia Saudita em apenas duas semanas, com todo o material a ser construído, enviado e montado na China, país onde existem várias autorizações.

Uma das vantagens é o espaço que as equipas possuem na sede da Azambuja. Mesmo por uma questão de sustentabilidade, a Multilem reutiliza alguns materiais de carpintaria quando estes fazem sentido para as duas partes.

E desafios?

Também existem e, nas palavras de Luís Matos Chaves, não foram poucos, principalmente nos anos da pandemia de Covid-19. Sem processos de ativação, uma vez que o mundo foi colocado em suspenso, a “atividade caiu para zero. Sentimos que renascemos das cinzas”.

Desde então, a agência admite estar com um volume de negócios “três vezes acima do que estávamos na altura [2019], portanto crescemos 300%”. Mesmo este crescimento, diz-nos, tem sido “orgânico” e a empresa tem apresentado espaço para crescer e, com 200 pessoas na folha de pagamento a nível global, admite abrir escritórios mais pequenos para ter mais proximidade com os clientes em vários pontos do globo.

O próximo passo será expandir o escritório em Miami, nos Estados Unidos, de forma a ter uma maior atuação neste mercado e ganhar novas marcas para realizar a ativação do produto das mesmas.

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